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Alterações climáticas provocam extinção de espécies.

As alterações climáticas previstas para este século vão provocar a extinção de espécies e aumentar a desnutrição entre os povos do mediterrâneo, onde se encontra Portugal, revela a Quercus citando o relatório da ONU.

“A população que sofre de subnutrição na zona do Mediterrâneo poderá aumentar entre 25% a 90%, mesmo com um aumento da temperatura global abaixo dos 2º C”, afirma a associação ambientalista, referindo-se ao relatório do Painel Intergovernamental de Cientistas para as Alterações Climáticas (IPCC), que hoje apresenta os impactes esperados para as diferentes regiões do mundo.

Na passada sexta-feira, o IPCC divulgou as principais conclusões gerais que apontam para que possa haver um aumento da temperatura do planeta até aos 4,8ºC e uma subida do nível da água do mar até aos 82 centímetros, durante este século.

Portugal pertence ao grupo de países do sul da Europa e mediterrâneo, onde são esperadas situações extremamente preocupantes, segundo informações avançadas pela Quercus que fala na “extinção de 60% a 80% das espécies no Sul da Europa e Mediterrâneo", com um aumento da temperatura global abaixo dos 2º C.

"O risco dos efeitos catastróficos de desnutrição, conflitos alimentares, incêndios florestais, inundações e extinção de espécies é demasiado elevado para não se tomar uma ação", defende a associação ambientalista em comunicado enviado para a Lusa.

As culturas agrícolas devem diminuir entre 15 e 20% em toda a região mediterrânea, com um aumento esperado de conflitos relacionados com a segurança alimentar.

Também os fenómenos climáticos extremos deverão diminuir a segurança alimentar: o aumento do calor terá impactes negativos na saúde animal e na produção alimentar, com uma eventual diminuição das áreas de pastagem; e a subida do nível do mar vai diminuir a disponibilidade de água potável e aumentar os níveis de salinização em toda a costa Mediterrânea.

“O PIB irá diminuir 5 a 10% com os custos relacionados com a adaptação às alterações climáticas e 14% sem adaptação, devido à subida do nível do mar”, revelam os ambientalistas.

Também a produção de energia renovável pelas barragens será afetada pelas alterações nos caudais dos rios.

De acordo com a Quercus, o estudo revela que no caso concreto de Portugal haverá menos chuvas, mas mais episódios de inundações.

O relatório do IPCC admite mesmo que os caudais anuais de água sofram uma redução até 40% no sul da Europa e mediterrâneo.

Com a diminuição da precipitação nas estações quentes, são esperados mais episódios de seca e escassez de água o que irá provocar mais incêndios florestais.

Neste relatório, a Europa é abordada por regiões, sendo que o sul da Europa e Mediterrâneo inclui Portugal, Espanha, Itália, Grécia, Eslovénia, Croácia, Hungria, Roménia, Bulgária e partes de França.

Perante este cenário, a Quercus defende que Portugal e a União Europeia (UE) deverão ter uma "posição forte" na próxima Conferência das Nações Unidas sobre clima em Varsóvia, fazendo aprovar medidas como uma redução de 40% de gases de efeito de estufa até 2020.

No seu quinto relatório de avaliação, os especialistas das Nações Unidas apresentam vários cenários possíveis, tendo em conta milhares de investigações realizadas nos últimos anos.

Fonte: Lusa/AO online

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