A recente desaceleração das temperaturas globais é provavelmente resultado do lento aquecimento dos oceanos profundos, defendem cientistas britânicos.
Os oceanos são uma das maiores fontes de absorção do calor da Terra – isto percebe-se em efeitos como o aumento do nível do mar, causado pela expansão de grandes massas de água à medida que aquecem. A absorção da água dura longos períodos, com o calor da superfície a ser gradualmente distribuído pelas partes mais baixas dos mares.
Ao mesmo tempo, as temperaturas globais têm-se mantido amplamente estáticas ao longo dos últimos cinco anos, embora ainda estejam significativamente acima dos padrões históricos – e os anos entre 2000 e 2012 representem parte dos 14 anos mais quentes já registados.
Os cientistas garantem que as evidências apontam claramente para uma continuação do aquecimento global nas próximas décadas, com os gases com efeito de estufa na atmosfera a contribuem para as alterações climáticas.
Mas, segundo o Grist, Peter Stott, do Met Office, afirma que todos os modelos climáticos gerados por computador mostraram que são esperados períodos de aquecimento mais lento como parte da natural variação do ciclo climático.
Para além do aquecimento dos oceanos profundos, há outros factores que têm desempenhado um importante papel na desaceleração deste aumento da temperatura. Estes incluem o mínimo solar – período em que o sol está menos activo e gera menos calor, como ocorreu em 2008 e 2009 – e uma série de pequenas erupções vulcânicas, incluindo a do vulcão Eyjafjallajökull, na Islândia, em 2010. As cinzas de vulcões reflectem a luz de volta para o espaço e as grandes erupções registadas no passado tiveram de facto um efeito de refrigeração, mesmo que temporário.
Apesar da desaceleração do aquecimento, ainda é provável que em 2060 o mundo registe temperaturas médias de mais de 2º C acima dos níveis que os cientistas consideram como sendo o limite de segurança – e os impactos das mudanças climáticas tendem a ser catastróficos.
Fonte: Greensavers.pt