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Atentados de Madrid planeados por alto líder da Al-Qaida

Os ataques mortais a comboios em Madrid em 2004 foram planeados diretamente por um membro da Al-Qaida, defendeu hoje um especialista espanhol em terrorismo, que apontou também as falhas na cooperação policial como uma das causas para o atentado.

Os tribunais espanhóis condenaram 18 pessoas pelos ataques, que mataram 191 pessoas e fizeram 1.600 feridos em dois comboios lotados, a 11 de março de 2004, considerando que foram inspirados – mas não organizados — pela Al-Qaida.

Mas, num livro hoje apresentado, o especialista Fernando Reinares indica que os atentados foram instigados por um alto membro da Al-Qaida e que o movimento islamita armado os "aprovou e facilitou".

Reinares tem estudado, desde 2008, documentos oficiais de vários países e da própria Al-Qaida e também entrevistou oficiais de secreta do Paquistão e outros países.

"A decisão de atacar Espanha foi tomada em dezembro de 2001 em Carachi", Paquistão, e foi instigada por Amer Azizi, um alto líder da Al-Qaida e membro de uma célula instalada em Espanha em 1994, disse Reinares, investigador do instituto de assuntos internacionais Real Instituto Elcano e professor associado na Universidade de Georgetown em Washington.

Para o autor do livro, que será lançado na quarta-feira, o ataque foi concebido como uma vingança pelo desmantelamento dessa célula, mas a aprovação final pelos responsáveis da rede terrorista em 2003 foi motivada pelo envolvimento de Espanha na invasão do Iraque, liderada pelos Estados Unidos da América.

Fernando Reinares mencionou ainda, entre as causas do atentado, que os terroristas foram mais hábeis que os serviços antiterroristas, a falta de cooperação internacional nesta área e a ausência de adaptação de Espanha e da Europa quanto à segurança interna, face a um terrorismo diferente.

"Se diferentes unidades da Guarda Civil, como a de explosivos e a de tráfico de drogas, tivessem cruzado os seus dados, então teriam soado todos os alarmes", defendeu Reinares, que também apontou falhas a nível judicial, como a libertação de um suicida, que fora detido em 1997.

Fonte: NM

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