"É uma matéria que está no acordo do memorando de entendimento como sendo algo que está condicionado a uma apreciação dos credores de Portugal. O memorando de entendimento previu essa condição, não podemos estar a ignorar os compromissos que Portugal assumiu", referiu.
Otávio de Oliveira sublinhou que a questão do aumento do salário mínimo já foi abordada pelo primeiro-ministro em sede de Concertação Social e que o assunto será "aprofundado" em diálogo com os parceiros sociais.
Para o governante, a competitividade da economia portuguesa não deve ser baseada em baixos salários, mas sim em "fatores importantes" como a inovação, a tecnologia e a competitividade.
"Estamos a trabalhar na qualificação das pessoas, a apoiar a inovação, para que Portugal tenha, designadamente em setores transacionáveis ligados à exportação, acrescida competitividade", referiu.
O secretário do Estado falava à margem da assinatura de um protocolo entre a Associação Comercial e Industrial de Barcelos (ACIB) e a Cooperativa António Sérgio para a Economia Social, no âmbito do plano nacional de microcrédito.
A aposta da ACIB é que fruto deste protocolo sejam criadas na região, nos próximos dois anos, 500 novas empresas e 2.000 postos de trabalho.
Otávio de Oliveira admitiu que o microcrédito, apesar de não ser a "varinha mágica" que resolve o problema do desemprego, é "mais um instrumento" para o combater.
Admitindo que os níveis de desemprego em Portugal são "relativamente elevados", enfatizou os "alentos" dos últimos indicadores económicos, nomeadamente os que apontam para a criação de 120 mil novos empregos nos segundo e terceiro trimestres de 2013.
Lembrou ainda que os dados oficiais colocam o desemprego no final de outubro "ligeiramente abaixo" do registado há um ano.
Disse ainda que até a área do desemprego jovem, com números "assustadores" de 36%, registou uma diminuição de três pontos percentuais.
Apontou que nos primeiros 10 meses deste ano as ofertas que o Instituto do Emprego e Formação Profissional trabalhou cresceram 46%, tendo as colocações no mercado de trabalho crescido cerca de 37%.
"De alguma forma, há aqui um caminho de sucesso. E é proibido desistir", alertou, vincando que o combate ao desemprego é a "primeira prioridade" do Governo.
Fonte: NM