O grupo americano Dyesol pagou 5 milhões de euros por uma tecnologia desenvolvida pela EFACEC e pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), anunciou a faculdade em comunicado enviado ao Diário Económico.
A FEUP e a Efacec venderam à Dyesol a propriedade intelectual de novas células solares de perovskita (PSC), com "baixo custo de fabrico, grande eficiência energética e 25 anos de durabilidade", refere o comunicado.
"Ambas as tecnologias fotovoltaicas permitem a conversão direta da luz solar em energia elétrica de forma renovável e sustentável. Foi com base nestas premissas que a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e a EFACEC concluíram a venda da propriedade intelectual da tecnologia à empresa de energias sustentáveis ‘Dyesol’. Um negócio fechado por 5 milhões de euros e que pode vir a revolucionar o mercado das novas energias", acrescentou a FEUP.
A ideia para a criação desta tecnologia partiu de Adélio Mendes, professor catedrático da FEUP, que em colaboração com Alberto Barbosa (EFACEC) e com a contribuição da Agência de Inovação (QREN2.99%), CUF-QI, CIN e EDP, avançou para a constituição de dois projetos em consórcio – Solarsel e WinDSC – no âmbito dos quais a tecnologia de selagem foi desenvolvida.
"Com a parceria da EFACEC foi possível introduzir esta tecnologia no mercado a um custo muito baixo e com características que a tornam única a uma escala mundial e bastante competitiva quando comparada com a tecnologia de silício que habitualmente ainda vigora no mercado das energias. Estas células fotovoltaicas possibilitam a fácil integração arquitetónica em aplicações BIPV (Building Integrated Photovoltaics), tiram partido da radiação solar incidente não perpendicular, facilitam a construção de elementos arquitetónicos versáteis devido à sua transparência (ex. aplicação em fachadas e janelas), com diferentes cores e padrões, além de ser uma tecnologia "limpa" pois as matérias-primas usadas no seu fabrico são abundantes", explicou a faculdade.
A Dyesol pretende com esta aquisição terminar a produção de módulos de demonstração do protótipo até 2016, e massificar – a partir de 2018 – alargar e massificar a sua produção. Ian Neal , presidente da empresa australiana de energias sustentáveis mostra-se satisfeito com a aquisição da tecnologia e refere que "a durabilidade é o maior desafio técnico neste mercado e esta tecnologia de soldadura tem o potencial de garantir mais de 20 anos de vida aos produtos de PSC e DSC de estado sólido em várias aplicações pelo que estamos muito animado com as perspetivas comerciais".
Fonte: Económico