Maio é mês de finais e de decisões. Se 2013 foi ano desastroso nesse derradeiro capítulo para os encarnados, desta vez a história começa de forma bem diferente. O Benfica acrescenta ao campeonato a Taça da Liga e ganha um fulgor ainda maior para o que falta da época.
Diante de um Rio Ave batalhador, mas frágil no rigor a meio campo, o Benfica teve em Rodrigo a grande figura do desafio, ao abrir o marcador. Contudo, não convém descurar a ação de Jan Oblak, jovem guardião (na época passada estava emprestado aos vilacondenses) que fechou a baliza da águia em momentos-chave.
Onzes de gala e Rodrigo a galã
Nuno Espírito Santo até pode ter surpreendido ao apostar em Ventura, Jorge Jesus até pode ter quebrado a rotina ao lançar Rúben Amorim em vez de André Gomes, mas é justo dizer que, no global, as linhas iniciais apresentadas pelos técnicos deram à final um cariz de importância condizente com o que se esperava.
Nos vilacondenses, a defesa foi a mais rodada da temporada, estando o meio campo entregue a Filipe Augusto e Tarantini, com o apoio de Rúben Ribeiro. O ataque era do egípcio Hassan, apoiado por Ukra à esquerda e Pedro Santos à direita.
Foi este último o primeiro a brilhar. Decorriam cinco minutos, estavam ainda os motores em fase de adaptação, quando o pequeno e veloz 23 do Rio Ave deu um nó a Siqueira e puxou para o pé esquerdo, obrigando Jan Oblak a estupenda intervenção. Do canto, nada resultou, mas o lance, juntamente com os eternos petardos, tiveram o condão de acordar os de Jorge Jesus.
Lima e Rodrigo eram os homens do ataque, só que teve que ser Luisão o benfiquista a estrear as luvas de Ventura, que seguraram a cabeçada do brasileiro. Depois sim, os avançados. Ou melhor, Rodrigo, que deu sensação de golo aos 11′ e aos 14′, numa ilusão de ótica que ainda fez levantar metade do estádio, primeiro num pontapé acrobático enroscado, depois num livre direto em zona frontal.
Aos poucos, o jogo assumia aquilo que dele se esperava. O Benfica a ter bola e a mobilizar de forma desconcertada, com Enzo e Amorim a pegarem e Lima, Rodrigo, Gaitán e Markovic deambulantes na largura do ataque. O Rio Ave na expectativa, à espera de uma bola solta para lançar as flechas que flanqueavam o jogo e que encurtavam perigosamente no último terço.
Contudo, as oportunidades de golo tiveram uma pausa de cerca de 20 minutos, altura em que as equipas quiseram correr menos riscos e, em boa verdade, optaram por um maior encaixe no adversário. Quatro dezenas de minutos, e com o intervalo à porta, o cenário mudou.
É que o Benfica conseguiu entrar na área contrária, pelo seu melhor elemento, que só perdoou mais uma vez. Rodrigo fez cair Ventura para grande defesa, aos 40′. No canto, o golo de quem mais fez por ele na primeira parte. Rodrigo, quem mais poderia ser? Aproveitou um desvio ao primeiro poste e, no segundo, atirou para a rede se mover.
O resultado foi, como tem estado nas bocas dos adeptos do Benfica: tudo a saltar! O estádio balançou nos festejou e o betão tremeu de forma intensa logo depois, tal a euforia de invadia as bancadas. As águias estavam na frente a caminho intervalo, sem que, antes disso, Jan Oblak não fechasse os primeiros 45 minutos como os abriu, numa boa intervenção ao pontapé de Ukra.
Caía o pano do primeiro tempo, com o Benfica na frente e o Rio Ave a precisar sobretudo de ser mais agressivo no meio campo, para além da inevitável necessidade de maior eficácia.
Falhou (a)Ventura…
No segundo tempo, o primeiro protagonista foi… Rodrigo. Não foi o quarto de hora de descanso que moderou o espanhol, pelo que foram outra vez as luvas de Ventura a segurá-lo. Ukra demorou numa transição que poderia ser perigosa e Lima apareceu finalmente, numa boa desmarcação, que encontrou o guardião português em eficaz mancha.
E o Benfica continuava melhor. Mesmo com alguns riscos na sua defensiva, que ficava em igualdade com os atacantes adversários nas bolas paradas a favorecer os encarnados, a confiança e classe dos de Jorge Jesus tranquilizavam os adeptos, visto que a bola estava quase sempre nas garras da águia. Isto perante a falta de ideias do Rio Ave, que tinha que chegar perto de Oblak e que não conseguia.
Aos 61 minutos, pouco antes de sair de campo, Nico Gaitán teve a primeira grande oportunidade do segundo tempo. Servido por Rodrigo e com posição privilegiada, o argentino não soube bater Ventura, que brilhou em grande estilo.
À dança das substituições seguiu-se o golo da confirmação. Livre pela direita e Ventura, que tão bem tinha estado até ao momento, a sair totalmente em falso a uma bola que encontrou Luisão. Desta vez a baliza estava deserta e a rede mexeu pela segunda vez, para carimbar a vitória encarnada.
Justiça para quem mais procurou o golo e castigo para um Rio Ave que não soube dar continuidade à excelente entrada no desafio. Nuno Espírito Santo terá nova oportunidade para corrigir a sua equipa, que, daqui a 11 dias, se apresentará no Jamor contra este Benfica, clube que levanta o troféu pela quinta vez no seu historial.
zerozero