O principal índice da bolsa nacional recua 1,06% para os 5.475,85 pontos, com 15 cotadas em queda, três em alta e duas inalteradas.
O Presidente da República falou esta quarta-feira ao País na sequência da crise política gerada pela demissão de Vítor Gaspar e Paulo Portas e depois de ter ouvido todos os partidos com assento parlamentar e os parceiros sociais.
Esperava-se que o Presidente da República desse o seu aval ao novo elenco governamental proposto por Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, mas, na verdade, o Chefe do Estado rejeitou a solução proposta pelo primeiro-ministro. Cavaco não quer que este Governo cumpra o mandato até ao fim e reclama um "compromisso de salvação nacional".
Analistas contactados pelo Negócios após a comunicação de Cavaco Silva anteciparam que esta solução poderia penalizar a Bolsa de Lisboa e elevar os juros da dívida pública no curto prazo.
"No curto prazo gerará grande tensão: os investidores não vão querer esperar para ver. Vão afastar-se do mercado, perante a incerteza sobre qual vai ser a posição dos partidos no Governo", diz Pedro Lino, administrador da DifBroker. Motivo por que antecipa que "a bolsa vai cair e os juros da dívida vão subir".
Banca regista as maiores quedas
O sector mais penalizado pela decisão de Cavaco Silva é a banca. BCP cai 4,30% para os 8,9 cêntimos, BES recua 3,19% para os 60,7 cêntimos e o BPI desvaloriza 2,94% para os 89 cêntimos. As acções do Banif seguem ainda inalteradas nos 6 cêntimos.
Em queda seguem ainda os pesos-pesados Portugal Telecom, Jerónimo Martins, Galp Energia e EDP. A EDP Renováveis contraria o sentimento negativo da maioria das cotadas do PSI-20, ao valorizar 0,43% para os 4,017 euros.
Fonte: JN