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Cientista Premiada por descobrir algoritmos que ajudam na georreferenciação

Uma investigadora do Instituto Superior Técnico ganhou hoje um prémio pelo seu trabalho científico de georreferenciação que poderá melhorar a vida das pessoas em áreas tão vastas como a busca e salvamento ou a detecção de incêndios.

A turca Pinar Oguz Ekim chegou a Portugal em 2007 e, no Instituto Superior Técnico, desenvolveu um trabalho de investigação: "Algoritmos robustos de localização em redes de sensores com aplicações a seguimento de alvos” hoje foi galardoado com o Prémio Científico IBM.

“A necessidade de localização é permanente na nossa vida diária. Nas cidades de futuro teremos, por exemplo, ajudas à condução, que poderão evitar choques e evitar aumentos de tráfego. Mas para isso é preciso ter sistemas de localização”, explicou a investigadora de 33 anos.

Segundo a professora, os algoritmos poderão ser usados para ajudar as populações em áreas tão diferentes como a detecção de incêndios, terramotos ou catástrofes naturais para, "por exemplo, encontrar uma pessoa que se quer salvar ou ver onde está uma pessoa que entra num edifício".

Sistemas de geolocalização já existem, mas Pinar Ekim desenvolveu um sistema mais simples e económico: “As redes de sensores sem fios podem ser usadas em casas inteligentes, na busca e salvamento de pessoas, na área da logística e monitorização ambiental”, disse a investigadora durante a cerimónia de entrega do prémio na área das Ciências da Computação e Tecnologias de Informação que decorreu hoje no Salão Nobre do Instituto Superior Técnico (IST), em Lisboa.

Segundo a autora, a investigação pretende estimar simultaneamente a trajetória de um alvo que se move no raio de ação de uma rede de sensores e a localização de vários nós desta rede, cujas posições são desconhecidas à partida.

“Os principais cenários de aplicação deste trabalho incluem ambientes interiores, subterrâneos ou submarinos, onde não é possível ter acesso ao popular sistema GPS para autolocalização”, explicou Pinar Oguz Ekim.

O presidente do júri lembrou hoje que “esta é a segunda vez, em 23 anos, que uma mulher ganha o prémio” e é “também a segunda vez que um candidato de nacionalidade não portuguesa ganha”.

“A Pinar é mais um exemplo do excelente trabalho que se tem realizado nas salas, nos laboratórios, nos corredores das nossas Universidades. Prova disso está na curiosidade que este trabalho já criou junto do laboratório de Investigação da IBM em Zurique”, disse por seu turno o presidente da IBM Portugal, António Lima.

O prémio de 15 mil euros foi entregue pelo ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, que sublinhou o facto de o galardão mostrar a “capacidade de atração que os centros de investigação portugueses têm neste momento no mundo” e mostrar "a qualidade da ciência que se faz agora" em Portugal.

"Não é possível fazer investigação com esta qualidade se não houver massa critica, nem centros de investigação", defendeu Nuno Crato, sublinhando no entanto que para se conseguir trabalho de qualidade é igualmente preciso "muito trabalho, muita dedicação e muita exigência".

Questionado pelos jornalistas à margem do encontro, Nuno Crato negou que o Ministério da Educação e Ciência não esteja a cumprir a legislação que estipula que as turmas com alunos com Necessidades Educativas Especiais tenham no máximo 20 estudantes.

Sobre a introdução do inglês como disciplinar obrigatória no 1º ciclo, Nuno Crato sublinhou que o ministério tem “ideias muito claras” que se podem resumir em dois pontos: “exigência” e “passos tranquilos e graduais, bem conhecidos e bem discutidos”.

Fonte: NM

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