O diário da primeira viagem de Vasco da Gama à Índia foi um dos 54 documentos inscritos na terça-feira no Registo da Memória do Mundo, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.
A aprovação da lista, pela diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, foi feita na sequência de recomendações do Comité Consultivo Internacional do Programa Memória do Mundo numa reunião realizada em Gwangju, na Coreia do Sul.
Propriedade da Biblioteca Municipal do Porto, o original do diário da viagem de Vasco da Gama à Índia, em 1497, é atribuído a Álvaro Velho, do Barreiro, e esteve exposto naquela biblioteca em 2008.
O texto "fornece testemunho da viagem marítima pioneira (…), um dos momentos decisivos que mudaram o curso da história", referia o texto da candidatura na lista de 84 pedidos de inscrição à Unesco.
A Faculdade de Letras da Universidade do Porto disponibiliza-o "on line", na coleção Gâmica da Biblioteca Digital, numa leitura crítica do investigador José Marques.
Criado em 1997 para proteger o património documental mundial, o Registo Memória do Mundo integrava 245 itens, três dos quais são portugueses e fazem parte do Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANTT).
Nestes novos 54 registos – selecionados num total de 84 candidaturas – além do diário de Vasco da Gama, foram também inscritos dois documentos do Brasil: o arquivo do arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, e as viagens do imperador D. Pedro II no Brasil e no estrangeiro.
Além destes, do universo da lusofonia, também foi inscrita a coleção de documentos audiovisuais da coleção do jornalista e realizador Max Stahl sobre o nascimento de Timor-Leste como nação.
Neste momento, o Registo da Memória do Mundo da Unesco conta com 299 documentos e coleções documentais dos cinco continentes, conservados em todo o tipo de suportes, da pedra, ao pergaminho ou gravações audiovisuais.
JN