Não!
Mas se fossem outra cores…
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Dirigentes encarnados implicados no caso Di María
A contratação de Ángel Di María, há seis temporadas, ao Rosário Central, continua a estar envolvida em grande polémica, devido a 20 por cento do passe do jogador que haviam ficado na posse do clube argentino e outros 20 por cento de uma mais-valia de uma futura venda que desapareceram e que levaram agora um funcionário do Ministério Público argentino a chamar a depor ex-dirigentes do Rosário Central e, também, o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, assim como Domingos Soares Oliveira, administrador executivo da SAD encarnada, que foram denunciados como "cúmplices intervenientes do delito de gestão fraudulenta" por Pablo Scarabino, presidente do Rosário Central em 2007, quando se realizou a operação.
"A procuradora Ana Rabín pediu que fossem chamados para interrogatório os dirigentes do Rosário Central, que acusamos de gestão fraudulenta. Nos casos de Luís Filipe Vieira e Domingos Soares Oliveira, tratam-se de pedidos de esclarecimento, que é uma instância intermédia. Calculo que tenham de o fazer na primeira quinzena de Agosto, embora nestes casos possa demorar um pouco mais porque a intimação tem de ser enviada através do consulado. Mas vão ter de se apresentar na Argentina, se não vão estar em incumprimento", explicou Sergio Martyniuk, advogado de Scarabino, ao jornal "O Jogo".
Um imbróglio com seis anos
Todo este imbróglio que envolve os dirigentes encarnados foi explicado detalhadamente pelo jornal "O Jogo". De facto, quando se processou a transferência de Di María e Andrés Diáz, em 2007, para o Benfica, ficou estabelecido que o Rosário Central "transferia a totalidade dos direitos federativos e 80 por cento dos económicos" e o preço estipulado foi de 5,5 milhões de euros, com o clube encarnado a ter de liquidar todos os impostos e percentagens inerentes à operação (1.347.500 euros). Além disso, na quarta cláusula do contrato a que o jornal desportivo teve acesso, acrescenta-se que "o clube vendedor mantém 20 por cento da mais-valia sobre o preço acordado por uma futura transferência". E esclarece-se que "o clube vendedor poderá optar pela aquisição deste direito até 30 de Julho de 2008, tendo de pagar por ele dois milhões euros".
Assim sendo, no total, o Benfica deveria pagar 7.252.500 euros, mas acabaria por depositar 8.353.790,83, ou seja, pagou 1.101.290,83 euros a mais. A partir desse erro, as águias negociaram no ano seguinte com o Rosário Central o pagamento do que restava para chegarem aos dois milhões de euros e ficar com os 20 por cento da mais-valia e a Comissão Directiva, que já não era presidida por Pablo Scarabino, mas sim por Horacio Usandizaga cedeu por esse montante também os 20 por cento dos direitos económicos.
"A documentação é muito clara. Por isso apresentámos a denúncia de gestão fraudulenta contra Horacio Usandizaga, Hugo Ruggiero e Ricardo Milicic, que encabeçavam a Comissão directiva e assinaram essa venda. E também a Luís Filipe Vieira e Domingos Soares Oliveira os denunciámos como cúmplices indispensáveis à concretização da operação", esclareceu Sergio Martyniuk.
Caso chegou a estar arquivado
Esta denúncia feita há quatro anos chegou primeiro às mãos do juíz Juan José Pazos, que a arquivou, antes da Câmara de Apelo ter revogado a decisão de Pazos e enviado o processo ao juíz Luis María Caterina, que lhe deu seguimento. "Queremos saber o que vão dizer sobre o que aconteceu aos 20 por cento dos direitos económicos que desapareceram", insistiu ainda o advogado.
Na denúncia, há que referir que Sergio Martyniuk também menciona a Gestifute, de Jorge Mendes, por "esta mesma empresa que acessorou a empresa ter sido depois beneficiada com a compra de 10 por cento dos direitos económicos de Di María".
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