Setenta e uma pessoas já foram assassinadas, até 15 de Julho, em Portugal. O número é alarmante e com tendência para crescer nos próximos meses. De acordo com o Jornal de Notícias, em comparação com os primeiros sete meses do ano passado, já foram mortas mais nove pessoas em 2013.
Para o psicólogo forense e presidente da Associação para a Intervenção Jus-psicológica (PSIJUS), Carlos Poiares, o aumento deste tipo de crime está relacionado com a crise instalada no País. “Falo da crise financeira e da crise social, que é uma consequência”, disse ao jornal.
“Vivemos numa ditadura financeira e as pessoas perderam a esperança de que as coisas mudem. Os problemas psíquicos acumulam-se e agravam-se. Os mais novos ainda podem emigrar, mas e os mais velhos? As pessoas estão desesperadas e caem na violência”, alerta.
Entre 2008 e 2012, foi no ano 2011 que ocorreram menos homicídios em Portugal: 117, uma média de nove por mês. O ano passado foi o mais sangrento, com o registo de 149 pessoas mortas, fazendo aumentar para doze a média mensal.
Os crimes no seio familiar são os mais frequentes pois são aqueles que também estão mais relacionados com a crise. Exemplo disso, refere Carlos Poiares, são os casos de divórcios não consumados por falta de dinheiro.
Este ano já se registaram 71 assassinatos, sendo o mês de Março o mais negro, com 15 homicídios. Segue-se-lhe Janeiro com 14, Junho com 13 e Julho, que ainda vai a meio, com 10
Fonte: NM