As taxas Euribor desceram em todas as maturidades principais, nesta sessão, depois de o BCE anunciar que as taxas de juro centrais deverão permanecer nos níveis actuais, ou mais baixos, por um longo período de tempo.
No prazo de seis meses, o mais utilizado como indexante no crédito à habitação em Portugal, as taxas interbancárias recuaram 1,2 pontos base para 0,330 pontos.
A Euribor a três meses cedeu 0,5 pontos base para 0,217 pontos, depois de ter ficado inalterada na última sessão, de acordo com a fixação diária da Federação Europeia de Bancos. Já para o prazo de um mês, as taxas interbancárias deslizaram 0,1 pontos para 0,122%.
Nas maturidades mais longas, nove e 12 meses, as taxas Euribor acompanharam a tendência de descidas ao caírem 1,5 pontos base para 0,428% e 0,519%, respectivamente.
“O Conselho de Governadores espera que as taxas de juro centrais do BCE permaneçam nos níveis actuais ou mais baixos por um período longo de tempo”. Foram estas as palavras que Mario Draghi (na foto) proferiu quinta-feira, na conferência de imprensa que se seguiu à reunião mensal da autoridade monetária e que marcaram um momento histórico.
Draghi afirmou ainda que qualquer decisão de subida de juros dependerá da evolução de três variáveis: expectativas de inflação, actividade económica e dinâmica monetária.
Pela primeira vez, em 15 anos de história, o Banco Central Europeu (BCE) deixou uma “forward guidance” (orientação futura, numa tradução livre) sobre a evolução da política monetária. A medida surpreende também por ir contra a famosa expressão da autoridade monetária “nós nunca nos comprometemos com decisões futuras” de taxas de juro.
Também o governador do Banco de Inglaterra, Mark Carney, adiantou que os juros do Reino Unido não deverão subir antes de 2016, adoptando postura semelhante à de Draghi.
jn