Edward Snowden, um funcionário de 29 anos numa empresa subcontratada pela defesa americana, foi a fonte das informações confidenciais divulgadas pelo jornal britânico "The Guardian" e pelo americano Washington Post sobre os programas de vigilância de comunicações levadas a cabo pelos EUA, envolvendo nove gigantes da Internet como a Google, o Facebook e a Apple e permitindo o acesso a transferências de ficheiros, mails e chats.
O jovem, ultimamente empregado da Booz Allen Hamilton, depois de ter estado com a Dell, estava há quatro anos na Agência Nacional de Segurança (NSA) americana. Refugiou-se num hotel em Hong Kong, a 20 de Maio, para proceder às revelações, tornadas públicas na semana passada.
Agora, decidiu deixar de esconder-se e deu uma entrevista ao The Guardian, por entender que não fez "nada de mal". "O meu único objetivo é o de informar as pessoas sobre aquilo que é feito em nome delas e aquilo que é feito contra elas".
Perante o anúncio das autoridades americanas quanto a um inquérito à origem da fuga de informação, Snowden acredita não poder regressar aos EUA.
O jovem tinha uma vida confortável no Havai, onde tinha uma carreira estável e uma namorada que deixou para se refugiar em Hong Kong. Escolheu aquele país por acreditar ser um dos poucos lugares no mundo que pode e efetivamente resiste às ordens do governo dos EUA.
"Estou disposto a sacrificar tudo isto porque não posso, em boa consciência, deixar o governo americano destruir a vida privada, a liberdade da Internet e as liberdades essenciais para as pessoas em todo o mundo com este enorme sistema de vigilância que está secretamente a construir".
Na semana passada, soube-se da existência de dois programas secretos da NSA. Um deles envolve a recolha de dados de chamadas telefónicas do operador Verizon, nos EUA, desde 2006.
O outro é o PRISM, que interceta as comunicações de utilizadores da Internet fora dos EUA em nove grandes redes sociais.
JN