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Governo e FMI usam dados que omitem cortes salariais

O Fundo publicou gráficos incompletos no relatório da última avaliação e admite que foram entregues pelo Executivo

No relatório da sétima avaliação, o Fundo Monetário Internacional calculou a flexibilidade laboral em Portugal em 2009 e 2012. Mas os dados que utilizou deixaram de fora vários trabalhadores e outras informações, o que acabou por deturpar o resultado final desta comparação, avança hoje o Jornal de Negócios.

Contactado por este jornal, o FMI explicou que os dados foram passados pelo Governo, não tendo sido confirmados por esta instituição antes de os publicar. Dizem ainda já ter conhecimento deste erro, mas ao que o jornal apurou, não foram pedidas quaisquer explicações.

No documento, o fundo conclui que em 2009 apenas 4% dos contratos sofreram cortes salariais e que 19% não registou qualquer atualização. Em 2012, os resultados demonstram que os congelamentos dispararam para 45% e que os cortes afectaram 7%. Foi precisamente com base nestas informações que a instituição liderada por Christine Lagarde concluiu que é necessária maior flexibilidade laboral sob pena de haver maior destruição de emprego.

No excel que passou ao Fundo Monetário Internacional, o Governo terá utilizado dados passados pela Segurança Social que agregam cerca de 18 mil funcionários. Mas nas contabilizações que chegaram ao fundo, ficaram de fora 2300 dados para 2009 e 4000 para 2012. Destes praticamente 3/4 diziam respeito a cortes salariais o que faz com que se alterem as conclusões do fundo.

De acordo com o Negócios, a confirmar-se esta informação, mais de 20% dos trabalhadores por conta de outrem sofreram cortes salariais no ano passado, contra os 7% relatados pelo FMI. A estes juntam-se outros 45% que enfrentaram uma estagnação salarial.

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