Esta farmácia de venda ao público, encerrada pelas 15:30 de hoje, foi uma das que foram alvo de busca no âmbito de uma investigação a fraudes no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Contactado pela agência Lusa via telefone, um elemento daquela farmácia confirmou que o estabelecimento estava encerrado desde o início da tarde. “A farmácia está fechada desde hoje à tarde”, disse à Lusa, recusando-se avançar os motivos do encerramento e a prestar outros esclarecimentos.
No início do mês, foi anunciada a detenção, pela Polícia Judiciária, de três médicos, dois farmacêuticos, um delegado de informação médica e um empresário ligado ao armazenamento de medicamentos.
Destes, dois médicos, um delegado de informação médica e um farmacêutico ficaram em prisão preventiva.
Segundo disse então à Lusa uma fonte policial, a atividade delituosa dos detidos relacionava-se com a "falsificação de receituário médico" e as contrapartidas oferecidas aos médicos.
Em causa estão crimes de corrupção passiva para acto ilícito e burla qualificada (de elevado valor) ao SNS, entre outros ilícitos.
Relativamente às 24 buscas efetuadas pela PJ, as mesmas incidiram na área da "Grande Lisboa e centro e norte do país", abrangeram "residências, empresas e escritórios de contabilidade" e mobilizaram mais de 70 elementos policiais.
A operação foi realizada pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da Polícia Judiciária, em estreita colaboração com o Ministério da Saúde, no âmbito de um inquérito em curso no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
Segundo informação do Centro Hospitalar de Lisboa Norte, ao qual pertence o Hospital de Santa Maria, a farmácia funciona desde 2009 sem que alguma vez os proprietários tenham cumprido o estabelecido no contrato, o que representa um prejuízo ao erário público de sete milhões de euros.
Esta semana, numa visita à farmácia do Hospital de Santa Maria, o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos defendeu o fim das farmácias comerciais instaladas nos recintos hospitalares, considerando-as uma “experiência falhada” que custou muito dinheiro ao erário público.
Um dia depois de anunciadas as detenções, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, afirmou que o número de casos reportados sobre fraudes no Serviço Nacional de Saúde (SNS) era já superior a 130 milhões de euros.
Fonte: NM