Noticias

iPhones. Tudo o que precisa saber sobre o 5S e o 5C

Se estes foram os últimos iPhones desenhados por Steve Jobs, o mítico fundador da Apple já estava a preparar uma nova era para a empresa. São várias as mudanças introduzidas com a geração 2013 do smartphone: pela primeira vez, há versões em várias cores, um modelo mais barato e outro mais caro, e a utilização de um tipo de plástico colorido no corpo do aparelho. De resto, o espírito de Jobs já abandonou há muito as apresentações da Apple – não perderam a fanfarra, mas perderam a magia.

É certo que, desta vez, pouco ou nada surpreendeu o mercado, visto que os rumores acertaram em quase tudo. A Cnet reagiu à apresentação dizendo que “vivemos em tempos enfadonhos”, o que traduz um sentimento que dura há algum tempo: os smartphones tornaram-se tão bons que é difícil superarem-se.

A questão para o consumidor, agora, é saber se vale a pena mudar de telemóvel ou esperar por um que faça panquecas. Se está curioso com os dois novos iPhones, que chegam a Portugal no final de novembro, o Dinheiro Vivo explica tudo o que tem de saber antes de se decidir por um deles.

iPhone 5C
O tal “iPhone low cost” de que os analistas falavam há dois anos é, na verdade, um dos melhores smartphones do mercado. Por dentro é um iPhone 5, com processador dual-core A6, 4G, câmara de oito megapixeis e ecrã de 4 polegadas com tecnologia retina. Traz todas as novidades que o 5 introduziu em outubro de 2012 e ainda mais um pouco; por exemplo, a bateria dura mais que o antecessor.

Também recebe o novo iOS7, que lhe dará a sensação de ter um telemóvel diferente daquilo a que estava habituado com a Apple. O assistente digital por voz Siri foi melhorado (tem é de falar em inglês, se não souber uma das outras línguas disponíveis) e tem uma série de novos comandos que facilitam a navegação.

A grande diferença é que o corpo não é feito de alumínio de alta qualidade, como os iPhone 5 e 5S, mas sim de plástico. E, voilá, tem a opção de passar a andar com um iPhone verde, amarelo, cor-de-rosa ou azul, além do branco. Em contrapartida, não é tão fino nem leve, e prova disso é que as capas do iPhone 5S não servem para o 5C.

Mas a Apple nunca se referiu ao 5C como low cost. Nem sequer como mais barato. Apenas referiu que este modelo vai substituir o iPhone 5, sendo que custará menos 100 euros que a versão ‘premium’ – isto é, 599 euros em 16 gigas e 699 euros em 32 gigas, livre de operador. A Vodafone, TMN e Optimus já confirmaram que o vão vender, pelo que certamente haverá preços mais simpáticos mediante fidelização. Se tinha a ideia de que este telefone iria ser inferior pela designação “low cost” que o mercado lhe deu, esqueça. A Apple não faz, nem nunca fez, produtos low cost de qualidade inferior.

iPhone 5S
Este é o candidato da Apple a melhor smartphone do mundo, a sua resposta ao Galaxy S4 que a Samsung lançou em abril e que já vendeu às dezenas de milhões. O 5S tem duas grandes inovações: é o primeiro smartphone do mercado a ter um processador de 64-bit, isto é, a arquitetura de computador desktop. Apesar de o A7 ser dual-core, esta inovação ´é relevante e permite à Apple dizer que está a trazer algo de novo ao mercado e a impulsionar standards. Até porque, em paralelo, corre um segundo processador, o M7, dedicado ao movimento. É uma aposta clara em aplicações de fitness e saúde, com a capacidade de monitorizar o exercício diário dos utilizadores.

A segunda inovação é o leitor de impressões digitais no botão “Home”. Chama-se Touch ID e permite que o utilizador desbloqueie o telefone com o dedo, em vez de digitar o código numérico normal. A Apple disse, na apresentação dos iPhones, que 50% dos utilizadores não usam esse mecanismo de segurança. Nesse caso, se perder o iPhone, qualquer pessoa pode utilizá-lo.

Mais uma vez, a Apple pode reclamar que está a a introduzir algo que poderá mudar a forma como as pessoas usam os seus telefones. Até porque também será possível fazer compras na loja iTunes com a impressão digital, e não com os dados de utilizador.

A questão óbvia é a da segurança: quem é que poderá ter acesso à minha impressão digital? E se me roubarem o telefone, podem roubar-me a identidade? E se copiarem a minha impressão da chávena de café no restaurante? São questões válidas. Não é por acaso que outras tentativas de introduzir a biometria em gadgets não deu grande resultado. Ora, a Apple garante que a impressão digital fica armazenada no próprio chip do dispositivo. Não nos servidores da Apple, não na iCloud, mas no hardware do telemóvel. Se a Agência Nacional de Segurança tentar com muita força intercetar a impressão, conseguirá? Até que os especialistas de segurança (e os hackers) ponham as mãos no sistema, não saberemos com certeza.

Certo é o papel da qualidade do leitor: onde muitos identificadores biométricos em gadgets têm falhado é na quantidade de vezes que não reconhecem a impressão do próprio dono. Portáteis, telefones, até pens USB já demonstraram a pouca fiabilidade desta tecnologia. Segundo a Apple, o Touch ID tem um grau de fiabilidade quase total, com a capacidade de ler a impressão a 360º, isto é, qualquer que seja a posição do dedo. Felizmente, para quem tem dúvidas. é possível ignorar a função biométrica e continuar a usar senhas numéricas e palavras-passe.

Se estes dois argumentos não bastassem, a Apple ainda introduziu várias melhorias a uma funcionalidade crítica do iPhone, uma que foi arrasada na versão anterior: a câmara. Embora mantenha os 8 megapixeis do iPhone 5, a câmara do 5S vai ter uma abertura f/2.2, o significa que entra mais luz e permite tirar melhores fotografias em situações de pouca luminosidade em relação ao 5.

O sensor de luz também é maior e passa a ter um flash com dois LED, um âmbar e outro branco, adaptando-se melhor ao cenário que está a ser fotografado. Em paralelo, ao tirar a foto terá acesso a filtros ao estilo do popular Instagram, e pressionando o botão de captura pode tirar 10 frames por segundo. Em caso de gravar vídeo, passa a ter a opção “câmara lenta.” A bateria também melhora em relação ao 5.

Com o já referido iOS7, que se estreia nos dois telefones, a Apple também decidiu algo surpreendente: as aplicações de produtividade Pages, Numbers e Keynote, mais a iPhoto e iMovie, passam a ser gratuitas, quando antes custavam cerca de 10 euros.

É suficiente para fazer um upgrade? Quem tem um iPhone 4 ou 4S, claramente tem razões para comprar um 5C (se quiser gastar menos) ou 5S. Quem tem um iPhone 5, ainda pode esperar por 2014, a não ser que seja um ‘heavy user’ das funções de câmara e queira inutilizar as tentativas de furto trancando o seu telefone com a própria impressão digital.

dinheiro vivo

To Top