"Era uma obrigação que correspondia à nossa orientação estratégica e que está finalmente completada", afirmou o banqueiro, num encontro com jornalistas, em Lisboa, por ocasião da divulgação das contas da CGD nos primeiros nove meses do ano.
A CGD saiu na quinta-feira da semana passada da estrutura acionista da Portugal Telecom (PT), em que era o terceiro maior acionista, com a venda dos 6,11% que detinha na empresa por 190,6 milhões de euros.
José de Matos escusou-se a tecer mais comentários sobre o negócio, que foi realizado no âmbito da estratégia de venda de ativos não estratégicos, seguida pelo grupo financeiro estatal desde 2011.
Isto, na sequência do memorando de entendimento celebrado entre o Estado português e a ‘troika’ (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) há mais de dois anos, e cuja estratégia foi entretanto reforçada com o plano de reestruturação do banco público acordado este verão entre o Governo de Passos Coelho e Bruxelas, devido à ajuda estatal para a recapitalização da CGD.
O objetivo da CGD é focar a sua atividade no negócio bancário e alienar todas as participações em empresas não financeiras.
Além disso, as autoridades internacionais também exigiram a privatização da área seguradora da CGD, líder no mercado português com uma quota expressiva, na ordem dos 30%.
Algumas vozes, entre as quais se destacam vários políticos dos partidos da oposição e o presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, ou Henrique Granadeiro, que lidera a PT (em termos não executivos), mostraram-se surpreendidas, no mínimo, com a venda da posição da CGD na operadora portuguesa pouco tempo depois de a PT e a congénere Oi terem anunciado uma fusão das empresas.
Certo é que o encaixe resultante deste negócio vai permitir à CGD, já no quarto trimestre deste ano, ter um contributo positivo que será sentido ou ao nível da melhoria dos resultados, ou na redução das provisões e imparidades.
Fonte: NM