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Juros de Portugal voltam a superar os 7%

A crise política e a incerteza em torno do futuro do país continua a impulsionar as taxas de juro no mercado secundário, voltando a superar a fasquia dos 7% no prazo a 10 anos.
A subida das taxas de juro implícitas nas obrigações portuguesas não é acentuada neste início de sessão, variando entre uma subida de 2,4 pontos na maturidade a cinco anos e 13,2 pontos a quatro anos. Ainda assim, volta a verificar-se ganhos na generalidade dos prazos.

Nas obrigações a dois anos a subida da “yield” é de 8,1 pontos base para 5,281%, no prazo a cinco anos a taxa avança para 6,422% e a 10 anos o aumento é de 12,8 pontos para 7,029%.

A contribuir para a subida dos juros no mercado secundário está a crise política em Portugal. Na semana passada, as taxas de juro dispararam após as notícias do pedido de demissão de Paulo Portas, na terça-feira, dia 2 de Julho. Nos dias seguintes a turbulência foi elevada, mas com a perspectiva de um acordo entre Passos Coelho e Paulo Portas os ânimos serenaram e os juros aliviaram dos ganhos acentuados.

Contudo, ao contrário do que se esperava, o Presidente da República não deu um “ok” à proposta do primeiro-ministro e de Paulo Portas para a remodelação do Governo. Em vez disso, apelou a um acordo que incluísse os três partidos que assinaram o memorando de entendimento – PSD, PS e CDS – e defende que se preparem as eleições para depois do fim do programa de assistência, agendado para Junho do próximo ano.

As conversas entre os três partidos e o Presidente da República iniciaram-se logo na quinta-feira, um dia depois do anúncio de Cavaco Silva. Os investidores aguardam com alguma expectativa a resolução desta questão, sendo que ontem acabaram por não penalizar de forma muito acentuada a bolsa e os juros portugueses por estarem mais centrados no facto do Presidente da República ter rejeitado convocar eleições para já.

Entretanto soube-se também que Portugal pediu um adiamento da oitava avaliação do programa de ajustamento para fazer coincidir com a nona avaliação, justificando com a “situação política actual”.

Fonte: JN

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