Herrera nem aqueceu na noite de Hulk e Fernando
No jogo que marcou o regresso de Hulk ao estádio do Dragão, o Incrível foi homenageado antes do apito inicial.
Nas apostas para o arranque da partida, Paulo Fonseca promoveu duas alterações: Héctor Herrera apareceu no lugar de Defour e Licá no lugar de Varela. Na equipa do Zenit, Luciano Spalletti apostou nos portugueses Luís Neto e Danny, além de Hulk.
O FC Porto procurou ter o controlo e a iniciativa da partida mas Hulk, sempre ele, não deixava a defensiva azul e branca sossegada. Foi, de resto, numa arrancada veloz do internacional brasileiro que as coisas começaram a complicar-se para os tricampeões portugueses.
Aos cinco minutos, Hulk foi travado por Herrera, à entrada da área, e o árbitro mostrou o cartão amarelo ao mexicano. Na sequência do livre, aos seis minutos, Hulk disparou forte mas Herrera saiu da barreira antes de tempo. Sem contemplações, o árbitro foi ao bolso e mostrou o segundo amarelo ao mexicano.
A jogar com menos um, Paulo Fonseca desesperava no banco. A equipa nortenha tinha pela frente um desgaste maior e logo numa semana que fechará frente ao Sporting, para o campeonato, no clássico. Mas o que importava, para já, era o jogo com os russos.
Os minutos que se seguiram tiveram menos FC Porto e mais Zenit. Perdão, mais Hulk. Era sempre o Incrível a carregar a equipa russa às costas e a levar tudo e todos à frente.
Fora das quatro linhas, Paulo Fonseca tinha Defour em exercícios de aquecimento mas não tinha mexido no seu xadrez. O técnico do FC Porto esperava para ver a resposta que os seus jogadores davam em campo. A verdade é que os dragões mostraram-se irrepreensíveis defensivamente, sobretudo com Fernando a assumir-se como o "patrão" da zona mais recuada. O Polvo controlou, pautou e definiu os tempos de jogo.
Mesmo com menos um jogador, os adeptos do FC Porto podiam ter festejado, aos 20 minutos, quando Lucho atirou a bola aos ferros da baliza do Zenit. O argentino, à entrada da área, disparou sem dar hipóteses para Lodygin mas a bola foi à trave e, na recarga, Licá chutou ao lado.
Até final da primeira parte, os tricampeões nacionais equilibraram a posse de bola e assumiram um maior controlo de bola. Não fosse a expulsão de Herrera e o marcador bem podia ter funcionado para o lado dos portugueses. Porém, o futebol não se faz dos ses!
Zenit resumiu-se a… Hulk e ao golo de Kerzhakov
Sem qualquer alteração em qualquer das equipas no regresso para o segundo tempo, os 31.109 espectadores presentes no Dragão viram Varela – que tinha entrado para o lugar de Licá – perto do golo, aos 56 minutos. O internacional português tirou vários adversários do caminho mas o remate passou perto das redes de Lodygin.
Um minuto depois, os adeptos do FC Porto respiraram de alívio com uma defesa incrível de Helton a remate de Hulk. O internacional brasileiro aproveitou um presente de Otamendi, isolou-se e rematou à saída de Helton. Porém, o guarda-redes portista levou a melhor com uma defesa de elevado grau de dificuldade.
Com o avançar dos minutos, começavam a faltar as forças aos jogadores do FC Porto – normal para quem jogava com menos uma unidade – mas também aos jogadores do Zenit. A exceção chamava-se Hulk. Normal! O ex-portista não parava de deixar em apuros a defensiva azul e branca.
Lá na frente, Jackson Martínez lutava sozinho contra as "torres" do Zenit num duelo que provocou enorme desgaste no Cha Cha Cha.
Aos 79 minutos, o Dragão foi ao desespero com Varela. ODrogba da Caparica, na esquerda, puxou para o meio e disparou à barra da baliza do Zenit. Se tivesse entrado, teria sido um golaço do internacional português.
Não deu golo mas o remate teve o condão de despertar as bancadas do palco portista. Os adeptos azuis e brancos sonhavam com a vitória, num jogo recheado de dificuldades para os portugueses.
O golo iria acabar por acontecer mas para as cores russas. Aos 85′, Hulk, na direita, cruzou para o cabeceamento de Kerzhakov, que apareceu solto de marcação a empurrar para o fundo das redes de Helton. O FC Porto voltava a sofrer um golo nos últimos minutos para esta Champions, depois de ter perdido com o Atlético de Madrid.
A perder, o FC Porto foi em busca do empate e esteve perto, por duas vezes. Primeiro foi Nabil Ghilas, que tinha sido lançado depois do golo do Zenit, mas o guarda-redes negou. Depois foi Jackson Martínez quase a festejar mas Lombaerts desviou a bola.
Os restantes minutos viram a equipa São Petersburgo a deixar correr o tempo como bem podia e como bem deixava o árbitro da partida, o italiano Paolo Tagliavento.
Apesar de tentar, o FC Porto não conseguiu chegar, contudo, ao empate. O campeão português somou a segunda derrota consecutiva na Liga dos Campeões e tem agora as contas do apuramento mais dificultadas.
zerozero