Paulo Fonseca surpreendeu ao apostar em Maicon e Mangala no centro da defesa, relegando o argentino Otamendi para o banco de suplentes, isto para além de ter apostado em Licá e Josué, em detrimento de Varela e Herrera, respetivamente.
Num jogo em que os dragões eram claramente favoritos, frente a uma equipa que apenas tinha um ponto e que ainda não tinha marcado nesta edição da Liga dos Campeões, pedia-se uma entrada forte e determinada dos dragões, beliscados por uma sequência de resultados menos positivos.
FC Porto sem norte
Se se esperava a tal entrada forte e convicta dos azuis e brancos, isso nem por isso se verificou no Estádio do Dragão. Aliás, a entrada apática da equipa de Paulo Fonseca, apenas interrompida por um remate de Josué, mas que em nada deu.
A romper a fria noite, eis que surgiu o golo dos austríacos. Após um mau alívio de Danilo junto à bandeirola de canto, a bola sobrou para o número 24, Roman Kienastt, que, ainda fora da área, atirou forte, rasteiro e colocado, batendo Helton.
Era o primeiro golo do Austria Wien na competição e era um alerta muito forte para os dragões, presos de movimentos e sem ideias para contrariar a defesa adversária.
Aliás, a falta de criatividade e de invenção de jogadas desequilibradoras era o que mais se denotava num FC Porto muito estranho. A bola queimava nos pés dos médios Fernando e Defour, que falharam vários passes, Jackson aparecia muito desapoiado no ataque, Licá mostrava pouca clarividência, Josué era o mais esforçado, mas sem ideias práticas.
Numa primeira parte para esquecer e na qual os adeptos iam recorrendo ao assobio para mostrar o desagrado, Jackson foi quem esteve mais perto do golo, só que Heinz Lindner, em grande, negou o golo ao colombiano.
A tensão era grande ao intervalo e o FC Porto não tinha que fazer mais, tinha que fazer muito mais para conseguir inverter o rumo dos acontecimentos.
Jackson encontrou meio caminho
De regresso para o segundo tempo, e já com Varela em campo (substituiu Defour) a resposta não poderia ter sido melhor. Ao terceiro minuto, depois de um pontapé de canto, Mangala ganhou ao segundo poste de cabeça e, da mesma forma, Jackson Martínez fez o empate.
A equipa galvanizou-se e fez encolher ainda mais o Austria Wien. A baliza de Lindner sofria uma tentativa de assalto e foram várias as balas para lá direcionadas.
Lucho González, com o peito, quase marcava e Silvestre Varela ganhou espaço a… Jackson Martínez, no pim pam pum para ver quem rematava, só que viu o remate ser desviado por um defensor contrário.
Quintero e Ricardo eram lançados por Paulo Fonseca para dar maior virtuosismo ao jogo do Dragão, só que o Austria Wien ganhava confiança à medida que os minutos iam passando, ao mesmo tempo que os azuis e brancos eram invadidos por uma natural ansiedade de quem precisava de ganhar.
Até ao fim, o esforço existiu, mas a acertividade não e o FC Porto perdeu uma bela oportunidade de passar a depender só de si para se apurar neste grupo G.
Em todo o caso, a Liga Europa está garantida, mas não seria esse, de todo, o objetivo.
zerozero