Marcelo Rebelo de Sousa defendeu hoje, no seu comentário semanal na TVI, que o ministro das Finanças está fragilizado e que Paulo Portas foi muito mais claro do que Passos Coelho no seu discurso sobre os cortes na despesa.
"Há uma linha do Governo que está a subir e outra linha que está a descer. A linha que está a descer é Gaspar e a que está a subir é não só Portas, mas o CDS e uma parte do PSD", afirmou Marcelo.
"Hoje, Gaspar está muito fragilizado, o Gaspar de hoje não é o mesmo de há dois anos. O Gaspar de hoje é aquele que perde várias das batalhas fundamentais. Não direi que é um leão moribundo, mas muito ferido", acrescentou.
Segundo o ex-presidente do PSD, a opinião pública continua a acreditar que o primeiro-ministro só faz o que Vítor Gaspar quer, mas isso já não acontece, porque o ministro das Finanças está ser "derrotado pelo bom senso e pela realidade" económica, social e europeia.
Marcelo Rebelo de Sousa disse ainda que há dois porta-vozes no Governo, um de cada lado da coligação, sendo que o discurso de Paulo Portas foi superior ao de Passos Coelho, porque foram comentadas as várias medidas.
O professor defendeu ainda que os portugueses vão-se aperceber da "mudança política que está a "acontecer no Governo: "Agora provavelmente será uma mudança eleitoralmente tardia."
Relativamente aos 39 anos do PSD, Marcelo Rebelo de Sousa disse ter ficado "de boca aberta" com as declarações de Passos Coelho no almoço em Pombal. "O primeiro-ministro, numa das tiradas mais espantosas nestes dois últimos anos, decidiu celebrar os 39 anos do partido comunicando que ia perder as eleições.
Foi como dizer: atenção mobilizem-se todos, porque vamos perder as eleições, mas eu fico", rematou.
Fonte: Expresso