A melhor fabricante de media hubs Android a MiniX está de volta com um novo aparelho de topo, o MiniX Neo U1. Com um processador Amlogic S905 o Neo U1 promete ser capaz de reproduzir todo o tipo de ficheiro e qualidade de vídeo que se possa arranjar sem problemas. Com um preço reduzido comparado ao anterior MiniX Neo X8-H Plus e a correr Android 5.1, é o MiniX Neo U1 o melhor media hub de Android no mercado?
Neo U1 vs X8-H Plus
Vamos tirar já esta parte de fora do caminho. Com um preço mais baixo comparado ao flagship anterior da MiniX o X8-H Plus, é o U1 melhor ou pior?
Em termos de especificações apenas, o Neo U1 é melhor, no entanto existe duas grandes diferenças comparada ao X8-H Plus.
O GPU do X8-H Plus é um Octa-Core comparado ao Penta-Core do U1.
E o Neo U1 suporta apenas passthrough de Dolby TrueHD mais ainda não DTS-HD, algumas aplicações de vídeo(Como o MX player ou VLC) estão severamente limitadas ao áudio que podem correr desta forma, no Kodi não existe este problema, mas irá faltar aquele extra que se pode encontrar no X8-H Plus.
O Neo U1 não é um aparelho despachado para o mercado com baixa qualidade e software manhoso, é sim um produto de alta qualidade, e é sempre bom a MiniX lançar novas boxes com preços competitivos.
Design, Especificações, e Conexões
A MiniX continua a apostar no seu design simples de pequena caixa preta que tem-lhe servido para praticamente desde do primeiro MiniX que produziram. No entanto algumas coisas com o tempo vão mudando. Todas as portas USB, microsd, OTG e botão on/off passaram para um dos lados, ficando na traseira apenas o HDMI 2.0, LAN ethernet, entradas para auscultadores e microfone, e uma saída de áudio digital.
É também ligeiramente maior que as suas ultimas boxes, mas por uma boa razão. O U1 traz um dissipador de calor sobre o processador bem grande, o que faz imediatamente o U1 uma das boxes android com melhor arrefecimento interno. Nos nossos testes nunca notamos o U1 a aquecer de forma alguma, mesmo quando a correr jogos durante algo tempo, sempre-se manteve a uma temperatura normal, o que é mesmo algo a destacar e até mesmo valorizar.
O U1 também vem preparado para o futuro, com o seu HDMI 2.0/HDCP 2.2, capaz de reproduzir vídeos a 10 bit de 4K UltraHD até 60 frames por segundo, codec H265, 7.1 áudio HD passthrough, bluetooth 4.1 e corre Android 5.1. Fica-lhe talvez a faltar uma ou duas portas USB 3.0.
Especificações técnicas:
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Sistema Operativo: Android™ Lollipop 5.1.1
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Processador: Quad-Core Cortex A53 (64 bits)
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GPU: Penta Core Mali-450
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Memória RAM: 2GB DDR3
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Armazenamento Interno: 16GB eMMC 5.0 (MLC)
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Conectividade Sem Fios: 802.11ac 2 X 2 MIMO Dual-Band Wi-Fi (2.4GHz / 5.0GHz), Bluetooth 4.1
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Saída de Vídeo: HDMI®2.0, até 4K @ 60hz (suporte HDMI-CEC)
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Saída de Áudio: Via HDMI®2.0, jack estéreo 3.5mm, SPDIF óptico
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Interfaces Periféricos:
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RJ-45 GIGABIT Ethernet – suporta hotspot sharing via WiFi
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Leitor de cartões Micro SD
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3 x Portas USB 2.0
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1 x Porta OTG
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Preparado para Kensington lock
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Jack Microfone, Jack Auscultadores, receptor IR (controlo remoto incluído)
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Alimentação: DC 5V, adaptador 3A incluído (certificação CE, FCC)
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Formatos de Vídeo Suportados: DAT/MPEG/MPE/MPG/TS/TP/VOB/ISO/AVI/MP4/MOV/3GP/FLV/MKV/M2TS/MTS/M4V/WMV/ASF
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Formatos de Áudio Suportados: MP2/MP3/WMA/WAV/OGG/OGA/FLAC/ALAV/APE/AAC
Controlo Remoto
O controlo remoto que o U1 traz na caixa é um controlo de infra-vermelhos da MiniX, e enquanto este parece estar bem melhor que os remotos passados, este controlo continua a ser algo para simplesmente desenrascar. A experiência, não só nas boxes MiniX mas como todas as boxes Android, continua a ser superior com um comando capaz de air mouse. Neste caso recomendo o comando da MiniX A2 lite que trás inclusive um teclado completo QWERTY na parte da traz. Com 3 portas USB é também bastante fácil ter um rato e teclado wireless para quando necessário.
Uma grande novidade é a capacidade de por o U1 em modo standby/sleep ao pressionar o botão on/off do controlo remoto. MiniX passados simplesmente desligavam.
O U1 também suporta HDMI CEC.
Booting, update, e primeiras impressões.
Do momento que se liga o U1 até vermos o familiar launcher Metro da MiniX, passa pouco mais de 30 segundos. Na primeira vez que se liga o aparelho vai aparecer a escolha do launcher da MiniX ou um launcher standard de Android. Como se tem a Google Play Store à nossa disposição, basta simplesmente procurar por um launcher que lhe agrade na Play Store e personalizar à sua vontade, se não gostar nenhuma das ofertas iniciais.
MiniX continua apostar no seu Metro Launcher, e este apresenta-se bem mais limpo e melhor organizado que versões antigas. No topo podemos encontrar 4 símbolos: wireless, ethernet, bluetooth, e VPN. No centro encontramos 9 pastas arranjadas para o seguinte tipo de aplicações: Videos, Kodi, Musica, Games, Internet, Online Streaming, Screencasting, Social, e o ultimo a aplicação das Settings da box e Android. Esta ultima também sofreu umas modificações, agora a sua interface assemelha-se mais à interface de Android TV, do que a algo que desenhado para aparelhos moveis. A fila de baixo serve para colocar atalhos para aplicações, e no lado encontramos um widget de relógio, uma aplicação para explorar ficheiros e pastas, uma lista com todas as aplicações instaladas, loja de aplicações, e um programa para matar todas as tarefas. Finalmente no fundo pode-se puxar uma barra extra com funções extras, como um atalho para a pasta de downloads, para voltar para trás, ir para casa, controlar o som, e até tirar screenshots.(Que é o que usamos para esta review)
A MiniX sempre dá bom suporte às suas boxes, e o U1 não foge à regra, e desta vez não existe desculpa em deixar o equipamento ficar desactualizado. É somente ir à aplicação update, carregar no procurar, e depois instalar.
Ainda existem alguns bugs estranhos, como o aparelho esquecer-se de ligar as portas USB quando sai de modo standby e está um disco externo ou pen ligado, um simples reboot resolveu o aparelho.(Isto parece que já foi corrigido num update recente) Também reparamos que o U1 tem dificuldades em reconhecer cartões microsd. Mas como Android 5.1 é novo para a MiniX, e a companhia sempre suportou os seus equipamentos estamos confiantes que todos os bugs mais graves irão ser corrigidos com o tempo.
O software é bastante bom e rápido, nos nossos testes nunca encontramos alguma forma de slowdowns, ou perda de performance após estar ligado algum tempo. Impecável e com promessas de ainda ficar melhor.
Kodi e performance de vídeo
Finalmente chegamos à parte que mais interessa. MiniX é um patrocinador oficial do Kodi, apesar de eles ainda usarem o nome XBMC for MiniX para seus equipamentos. Originalmente o U1 trazia uma versão Kodi 16.0(Jarvis) Alpha, que tinha inúmeros problemas, incluído a aplicação fechar quando se tentava instalar alguns addons, como o Backup. Como este problema era simplesmente inaceitável, a MiniX acabou por trocar a versão Jarvis, para Isengard 15.3, uma versão uns meses mais antiga, mas bastante estável.
Nos nossos testes usamos o XBMC for MiniX versão Isengard 15.3
Todos os nossos vídeos de teste foram usados via uma ligação de rede Smb a partir de um NAS QNAP TS231, usando ligação Ethernet do MiniX numa rede Vodafone Fibra de 200 Megas.(para wireless e para vídeos de grande bitrate recomendamos também uma boa velocidade e um router capaz de 5GHZ)
Para testes usamos varias versões de Big Buck Bunny(480p/720p/1080p, H.264 12 mbps) e nenhum deu sinais de quaisquer problemas. Tocando ficheiros com altas taxes de bitrate notamos a partir dos 80-90 mbps o U1 já se começa a engasgar. Provavelmente uma limitação do seu Amlogic S905.
Testamos também algumas samples de 4K como Big Buck Bunny 4K H264 30 fps sem problemas, mas no Big Buck Bunny 4K H264 60 fps já se nota perda de frames, algum buffering, e desfasamento no áudio.
Outros vídeos em 4K que testamos:
O jogo do Mundial 2014 entre o Uruguai e Colombia a 4K H265 60 fps: conseguimos reproduzir sem grandes problemas. Como também os vídeos Beauty e Bosphorous, samples 4K a 120fps, 8 bit e H265.
Varias samples UHD da Samsung, alguns deles como o Dubai e Iceland por vezes recusavam abrir logo, e o Dubai inclusive parou a meio. Também não conseguimos reproduzir o jogo da SuperCup Alemã entre o Bayern Munique e Dortmund a 4K60fps. Alguns samples UHD a 50fps também não estavam a reproduzir correctamente.
No entanto o U1 é capaz de ser a única box com um processador Amlogic, e a este preço, que é capaz de reproduzir estes ficheiros via uma ligação de LAN sem buffering ou grande tempo de espera. Usando um disco rígido externo obtemos resultados semelhantes.
Também usamos uma biblioteca bem grande de vários ficheiros mkv, avi, mp4, com codec H264 e H265, usando o servidor de media Emby no nosso NAS e o addon Emby for Kodi, e todo rodou cinco estrelas.
O U1 vem também instalado de raiz com o MX Player, mas como este falta-lhe opções de áudio passthrough que o Kodi tem não recomendamos.
Experimentamos também as aplicações de media Plex e Emby, portanto se são fãs de usarem esses front-ends para ver os vossos filmes e series, os dois funcionam bastante bem.
Infelizmente devido a problemas de licenças alheias a software e hardware, o Netflix está limitado versão SD, portanto nada de HD ou UHD.
Ao fim do dia em termos de capacidade de reprodução de vídeo o MiniX U1 só tem um único rival, a Nvidia SHIELD, e esta é bem mais cara(na roda dos 200€), e ainda não se encontra à venda em Portugal.
Gaming
Para esta parte usamos os seguintes jogos disponíveis na Play Store: Riptide GP2, Injustice, e Hearthstone. Os dois primeiros são os que requerem mais poder gráfico, pois nestes dias até uma torradeira corre o Hearthstone mas é sempre bom poder correr o jogo da Blizzard com todas as opções gráficas ligadas e não notar nenhum slowdown.
Já Riptide e Injustice correram sem quaisquer problemas com as settings no default, e jogando durante um tempo, não notamos que o MiniX aquece-se ou a alguma forma de degradação de performance como acontece no geral à maioria dos dispositivos Android. Com os settings gráficos no máximo já se começa a notar alguma folga na performance, e enquanto o aparelho não se queixa, a experiência deixa de ser da melhor.
Também testamos alguns emuladores usando a aplicação Classic Boy. Jogamos sem quais queres problemas ou falhas de emulação Mario Kart 64 e Super Mario 64, Legend of Zelda Ocarina of Time da Nintendo 64, Final Fantasy VII e VIII para a Playstation 1. Final Fantasy VI para o Gameboy Advance tivemos problemas com áudio, mas pareceu-nos mais um problema da aplicação do que o U1 em si.
Finalmente experimentamos também o Moonlight Streaming, a versão open source do Gamestream da Nvidia, para poder fazer stream de jogos do nosso PC para uma TV. Para utilizar esta aplicação vão precisar de um PC bem robusto com uma placa gráfica da Nvidia de uma das gerações mais recentes(utilizamos uma GTX 970). Testamos com The Witcher 3: The Wild Hunt, Metal Gear Solid V: The Phantom Pain, e Diablo 3, todos os três com as opções gráficas máximas possíveis que o nosso PC aguentava.(Nada de ubersampling e nvidia hairworks desligado no Witcher 3). Testamos tanto via wireless como via ethernet.
Infelizmente o Mali 450 do U1 não tem pedalada suficiente para fazer stream a 1080p seja a 30 fps ou a 60fps. Com ligação ethernet ainda se consegue jogar a 1080p a 30 e 60fps, mas com bastante lag, que torna a experiência um pouco frustrante. Streaming a 720p funciona decentemente, mas não é a mesma coisa. 4K fecha a aplicação imediatamente. Mas também é preciso ser realista e estar ciente que o U1 não foi desenhado a pensar nestas funções.
A Nvidia SHIELD Tv seria uma opção melhor mas tirando ser mais cara, a box da Nvidia corre com Android TV que traz uma Play Store diferente da normal, o que limita bastante a capacidade da box em termos de aplicações e funções disponíveis.
Conclusão:
O MiniX Neo U1 é simplesmente no momento o melhor hub de media Android no mercado. Sim é capaz de ser mais cara comparada a outras boxes. Mas nenhuma consegue rivalizar a MiniX em termos de construção e apoio, e também comunidade. O U1 tem os seus defeitos, falta-lhe mais e melhores opções para os amantes de áudio, falta-lhe suporte para 3D, devia ter no mínimo uma porta USB 3.0, e a MiniX devia começar a vender junto com o aparelho um controlo remoto que no mínimo tenha air mouse. O U1 ainda tem uns bugs que precisam de ser resolvidos, mas MiniX nunca foi uma marca que deixa os seus produtos ao abandono, e certamente serão corrigidos em bom tempo.
No fim do dia nada combina bom software e bom hardware como a MiniX, e o Neo U1 continua essa boa tradição.
Obrigado à sat24store pelo material emprestado.