Este novo sistema de monitorização, desenvolvido pela Wavecom e Ubiwhere, tem como principal objectivo analisar de forma contínua, “24 horas por dia, sete dias por semana” a qualidade do sinal de TDT em cerca de 400 pontos específicos em Portugal Continental, colmatando desta forma o limitado sistema de monitorização actual.
Desde que o sinal analógico de televisão foi desligado em Portugal, as reclamações não pararam de chegar. As falhas na emissão, o sinal fraco ou mesmo a sua total ausência são apenas algumas das reclamações, para não falar do preço dos novos equipamentos e da respectiva instalação, que em grande parte dos casos foi feita de forma deficitária.
Segundo Fátima Barros, presidente da ANACOM, as reclamações têm vindo a diminuir, sendo que este ano a DECO ainda não reportou uma única queixa sobre o assunto. Mas, se por um lado esta diminuição se pode dever à melhoria dos serviços, por outro lado, não deve ser esquecido o facto de que são cada vez mais os clientes, que por problemas no sinal digital, optaram por soluções mais estáveis através dos serviços pagos.
A ANACOM, como reguladora do sector, apenas pode actuar na detecção do problema e reportá-lo ao operador de transmissão de sinal, a Portugal Telecom.
Como é que a ANACOM detecta eventuais anomalias no sinal digital?
Actualmente, a monitorização é feita através de uma equipa que se desloca aos vários pontos do país através de estações móveis, tentando detectar se o problema se prende realmente com o fraco sinal, sendo nesse caso o problema é reportado à PT, ou se esse problema está relacionado com a instalação dos equipamentos.
Das quase 500 acções de fiscalização que a ANACOM efectuou através deste método, concluiu que mais de metade se devia a problemas de instalação. Cabos e fichas degradados/partidos e má orientação para o emissor de televisão são alguns desses problemas.
Mas além deste sistema não fazer uma análise contínua da transmissão, é muito pouco eficiente em termos de recursos, obrigando a ANACOM a encontrar soluções alternativas. E uma vez que as já existentes no mercado não respondiam na sua plenitude às exigências da reguladora, a opção foi desenvolver uma solução à medida, que permita uma monitorização contínua que seja flexível, de baixo custo, que funcione de modo automático e que seja pouco intrusivo do ponto de vista de utilização de recursos.
A Wavecom e a Ubiwhere foram as duas empresas nacionais que ganharam o concurso público internacional para o desenvolvimento desta solução, que terá um custo total de 447 500 euros. A supervisão técnica do projecto esteve a cargo do INESC e da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
As sondas desenvolvidas pela Wavecom, as Wavesys, permitem uma monitorização contínua da qualidade do sinal de TDT e serão instaladas por 386 pontos por todo o país. Toda a informação recolhida pelo sistema será enviada através da rede 3G para uma plataforma, desenvolvida pela Ubiwhere, que permite toda a análise e interpretação de dados, além de gerar relatórios automáticos.
Sempre que se verificarem quebras na recepção de sinal será feita uma análise da situação, onde poderão ser também avaliados factores como os atmosféricos, e em caso de detecção de quebras graves a situação será reportada à PT com vista à resolução do problema.
O produto já está implementado desde Dezembro em 4 zonas piloto, concretamente em Odivelas, Vialonga, Ribatejo e Benavente, implementadas nas suas Juntas de Freguesia. O sistema abragerá todo o território nacional no início do terceiro trimestre deste ano.
Durante a conferência de impressa, fizeram-se algumas simulações em tempo real onde se procedeu à distorção do sinal digital para que fosse comprovada a fiabilidade do sistema. Mesmo estando este sistema ainda em fase de testes, os resultados foram os esperados.
Há que ter em conta que através deste sistema ainda não existiu nenhuma situação passível de ser reportada à operadora do serviço, a Portugal Telecom.
fonte:pplware