O agente tinha 23 anos e apenas seis meses como polícia quando foi abatido a tiro, juntamente com um colega, por um cidadão luso-brasileiro, num duplo homicídio que chocou o país.
A governante emocionou-se durante as cerimónias de encerramento do 11.º curso de formação de agentes, que decorreram na Escola Prática de Polícia, em Torres Novas e cujo patrono foi, precisamente, Paulo Alves. Abraçou-se à mãe do polícia e não conteve as lágrimas.
Fonte do gabinete da ministra recordou as fortes ligações de Constança Urbana de Sousa às forças policiais, através do Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna, onde, durante anos, deu aulas antes de ser convidada para o Governo. "Emocionou-se por ver terminar mais um curso de formação, pelos novos agentes, pelo facto de o patrono deste curso ser um jovem polícia morto em serviço e pela ligação de anos ao instituto", referiu.
Homenagem 11 anos depois
Paulo Alves, que era natural de Baguim do Monte, em Gondomar, onde deu nome a uma rua, foi morto a tiro, juntamente com um colega de patrulha, Carlos Abrantes, de 30 anos, quando tentava identificar Marcus Fernandes, que estava a provocar desacatos num bar. O homicida ainda tentou matar um terceiro agente. Foi condenado a 25 anos de prisão.
Paulo Rodrigues, da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), destacou o facto de começar a ser tradição na Polícia recordar os agentes mortos em serviço. "Cada vez se valorizam mais os polícias que deram a vida pela segurança da população. E este sentimento já é incutido aos agentes em formação", sublinhou, referindo não ter memória de um episódio em que um governante tenha demonstrado publicamente este tipo de emoção. Sobre o desfasamento temporal entre a morte e a homenagem (11 anos), disse tratar-se de uma realidade relativamente normal.
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