A operação tem vindo a decorrer sob a supervisão do Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América, sendo que os ‘raides’ feitos ao luxuoso hotel Baur au Lac aconteceram numa altura em que os 209 membros da organização que dirige o futebol mundial estão reunidos.
Segundo o The New York Times, após pedirem as chaves na receção, os agentes dirigiram-se aos quartos para realizar as detenções. Em causa estão suspeitas de corrupção nas duas últimas décadas, envolvendo os concursos para acolher os Mundiais de Futebol, bem como negócios de marketing e transmissão de jogos, de acordo com três agentes com conhecimento direto do caso.
O diário afirma que a investigação representa uma ameaça ao presidente da FIFA, Joseph Blatter, apesar de este não ter sido acusado eidentifica diretamente apenas Eduardo Li, da Costa Rica, mas afirma que Jack Warner, antigo vice-presidente da FIFA, "está entre aqueles que devem enfrentar acusações nos Estados Unidos".
As autoridades norte-americanas "planeiam avançar com acusações contra mais de 10 dirigentes", apesar de nem todos estarem em Zurique. Um deles é Jeffrey Webb, das Ilhas Caimão e vice-presidente da comissão executiva.
Na lista do jornal consta também Eugenio Figueredo, do Uruguai, vice-presidente da comissão executiva, e que era, até recentemente, presidente da Associação de Futebol da América do Sul.
Sob o reinado de Joseph Blatter, as receitas do organismo têm vindo a aumentar, tendo atingido os 5.238 mil milhões de euros, mas a sua liderança tem sido marcada por acusações de peculato e suborno.
Agora, cerca de duas dúzias de elementos são associados a irregularidades na compra de votos, incluindo Mohamed bin Hammam, um empresário que já foi líder do futebol asiático e que já não faz parte do organismo, assim como dois outros membros que acabaram afastados depois de terem confessado a possibilidade de venda de um voto a um repórter do Sunday Times que trabalhava infiltrado.
A FIFA tem vindo a ser associada a ilegalidades, que têm adquirido ainda maior relevo depois das escolhas da Rússia e do Qatar para os Mundiais de 2018 e 2022, respetivamente.
Joseph Blatter e o príncipe da Jordânia, Al Bin Al Hussein, são os candidatos que concorrem à presidência da FIFA, eleições que vão a votos a 29 de maio.
nm