Minuto 49, 0x0 no marcador: Ibrahimovic, com as maiores pernas do Mundo, conseguiu ‘sacar’ uma bola quando Miguel Veloso achava que esta estaria a sair pela linha final. O cruzamento rasteiro encontrou Sebastian Larsson, que atirou para a baliza, num lance de golo iminente.
Este poderia ter sido um lance negro para as cores nacionais, só que surgiu um dos que se podem considerar como dos grandes obreiros deste apuramento: Rui Patrício foi enorme a tirar o golo ao sueco e manteve Portugal em vantagem na eliminatória, num início de segunda parte em que os suecos entraram mais espevitados à procura de igualarem a eliminatória.
Pois bem, Rui Patrício esteve brilhante e o minuto seguinte foi de explosão de alegria para as cores lusitanas. Cristiano Ronaldo, o Melhor do Mundo, pegou na bola antes do meio campo, correu, correu e correu em diagonal para, de pé esquerdo (um destro que tinha marcado de cabeça na primeira mão) fazer arrepiar qualquer português. O Brasil é já ali.
Depois apareceu Ibrahimovic. O sueco esteve praticamente apenas cinco minutos (68′ e 72‘) presente neste playoff, os suficientes para fazer tremer tudo o que sabe cantar A Portuguesa, esse belo hino. Zlatan mostrou de que é feito e, num ápice, colocou dois foguetes na baliza portuguesa e fez os lusos susterem a respiração: ainda faltavam 20 minutos e o Friends Arena explodia de entusiasmo.
Só que, lá está, Cristiano Ronaldo é de ouro. Agora em maiúsculas: de OURO! Que demonstração de qualidade, querer, raça, ambição. A quem queira considerar, Cristiano Ronaldo é comandante, é o Melhor do Mundo.
O capitão, em três minutos (77′ e 80′), voltou a dar uma cambalhota no marcador, com dois golos maravilhosos, que puxaram a lágrima de quem sente esta seleção, igualando Pedro pauleta como melhor marcador de sempre da seleção nacional.
Suécia muito amorfa
A primeira parte foi dominada, praticamente em toda a sua extensão, pela equipa portuguesa. Paulo Bento surpreendeu ao colocar Hugo Almeida no lugar que costuma ser ocupado por Hélder Postiga.
A Suécia entrou com vontade, mas o seu ímpeto ofensivo inicial foi travado pela qualidade de posse de bola portuguesa, personalizada e sem medo de assumir a partida.
Num primeiro tempo com mais Portugal, Hugo Almeida teve na cabeça a maior oportunidade, mas falhou de forma incrível.
O intervalo era bom para definir estratégia e para perceber o estado físico de Fábio Coentrão, que tinha saído lesionado de um lance no primeiro tempo.
No segundo tempo chegou o golo e a sensação de que o Mundial já estava alcançado, só que, num ápice, a Suécia reagiu com dois golos e o nervosismo e ansiedade apoderaram-se dos jogadores nacionais.
Paulo Bento quis dar mais disciplina à equipa e fez estrear William Carvalho e essa pareceu ter sido uma mudança muito benéfica, até porque, logo depois, Cristiano Ronaldo abriu o livro e remou o barco nacional até ao Brasil.
Numa noite de sonho para o capitão da seleção portuguesa, Ronaldo teve ainda mais três grandes apontamentos individuais e foi por muito pouco que não se tornou já hoje o melhor marcador de sempre.
Ainda assim, não restam dúvidas de que essa marca será batida e o mais importante é mesmo a certeza de que o Brasil espera por nós.
zerozero