"Para o próximo ano temos cerca de 15 universidades que devem começar porque contribuem de forma bastante significativa para a melhoria de qualidade de vida das pessoas e nas comunidades acabam por ser um pólo de cultura e formação", adiantou à agência Lusa o responsável da Associação Rede de Universidades da Terceira Idade (RUTIS).
Os locais ainda não são conhecidos, mas Luís Jacob referiu que a RUTIS está a trabalhar mais no interior norte do país, onde existem menos universidades, e vai apostar em distritos como Bragança ou Vila Real.
A crise económica "afetou não a frequência das universidades, mas sim a participação nas atividades extracurrilares, as viagens, a ida ao museu ou ao teatro", salientou.
Aliás, nas atividades organizadas pela RUTIS, como os festivais de teatro e de música, foi notada a redução do número de alunos a participar desde o ano passado, "por causa desta questão financeira".
Com instalações cedidas, na maior parte das vezes, pelas autarquias e com professores voluntários, as universidades da terceira idade não exigem investimentos elevados para funcionar, mas também não têm mensalidades altas e cada aluno paga, em média, 10 euros.
Apesar de todos os docentes serem voluntários, "de uma maneira geral, não há falta de professores e, em algumas universidades, até têm a mais", o que depende da zona do país, referiu o presidente da RUTIS.
As matérias lecionadas nas universidades dos mais velhos são muito variadas e até há um estabelecimento de ensino com a "disciplina" de canoagem, que se junta à bicicleta.
Mas as disciplinas mais populares são a informática, saúde, história, português, inglês, cidadania, artes decorativas e ginástica.
As universidades seniores recebem alunos a partir dos 50 anos e a aluna mais velha tem 96 anos, embora metade dos inscritos tenha entre 62 e 72 anos.
As mulheres estão em maioria na vontade de aprender e no dinamismo, mesmo depois da reforma, e são 75% do total de alunos das universidades séniores.
Em média, cada universidade tem entre 150 e 200 alunos, "envolve muita gente e o impacto é maior em terras mais pequenas, onde acaba por ser o único pólo de cultura e animação da comunidade", disse ainda Luís Jacob.
As 210 universidades da terceira idade existentes têm cinco mil alunos e 4.500 professores voluntários, distribuídos por todo o país e ilhas, assim como África do Sul, país que tem uma unidade.
Fonte: NM