Nuno Crato
O ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, anunciou, esta terça-feira, que os professores começam já em setembro a trabalhar 40 horas por semana, mas que não lhes será aumentada a componente letiva.
"O alargamento para as 40 horas semanais aplica-se no próximo ano letivo", afirmou Nuno Crato, numa entrevista esta terça-feira à noite à TVI24, na qual garantiu que esta mudança não irá aumentar o tempo de trabalho em sala de aula.
"Os professores, na realidade, já trabalham 40 horas por semana", defendeu o ministro, garantindo que "a componente letiva mantém-se do ano passado para este ano".
De acordo com o despacho normativo do próximo ano letivo, divulgado ao final do dia desta terça-feira pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC), os professores terão a mesma componente letiva no próximo ano letivo, com 25 horas semanais para os docentes do pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico e 22 horas para os restantes ciclos, incluindo a educação especial.
O alargamento do horário de trabalho de 35 para 40 horas semanais é uma das principais razões para as greves às avaliações, agendadas entre 7 e 14 de junho, e uma greve geral que coincide com o primeiro dia de exames nacionais do ensino secundário.
Nuno Crato voltou a afirmar que "está tudo preparado para que os exames se realizem no dia 17", criticando a decisão de os sindicados em avançar para a greve antes das negociações: "Este tipo de atitude é tomar como refém os nossos alunos. É algo com que não se deve brincar".
Crato lembrou que "a greve é um direito", assim como "a crítica", aproveitando para defender que "a greve não beneficia os professores e potencialmente prejudica os alunos".
O ministro disse acreditar que deverão existir muitos professores divididos no que toca a avançar para a greve: "Julgo que muitos professores não estão interessados em fazer esta greve".
"A greve começou ainda não tínhamos começado o processo de negociação", criticou o ministro, lamentando que tenha sido marcada para o período de exames.
Para Nuno Crato, "é muito diferente fazer uma greve em certos dias" ou nos dias de exames nacionais.
Durante a entrevista, Nuno Crato mostrou-se confiante em relação á decisão do conselho arbitral, lembrando que já há jurisprudência sobre os serviços minimos.
"O Tribunal Constitucional reafirmou que era um serviço público que era preciso manter e que os serviços mínimos seriam impostos", vincou.
JN