Cristiano IX e família, de Laurits Tuxen
As famílias dinamarquesas são as mais endividadas do mundo mas, num momento em que o mercado imobiliário começa a dar sinais de recuperação, preparam-se para levar ainda mais longe o vício de pedir emprestado.
Há cinco anos, a Dinamarca assistiu a um crash no mercado imobiliário, que levou a uma rápida desvalorização das casas. A partir daí foi um ciclo vicioso com as dívidas das famílias aos bancos a tornarem-se superiores às garantias que as suas propriedades davam sobre esses empréstimos. Agora, o setor começa a dar sinais de vida e os preços das casas vão subir, e as famílias já estão prontas para contrair novos empréstimos, antecipa o Nordea Bank, o maior credor da Escandinávia.
Em agosto, o valor dos empréstimos contraídos pelas famílias dinamarquesas atingiu um recorde de 1,44 biliões de krones, cerca de 194 mil milhões de euros, um valor 78% superior ao verificado há dez anos atrás.
"A memória dos dinamarqueses é limitada", afirma Lise Bergmann, economista no Nordea Bank, acrescentado que "não só iremos ver mais empréstimos à habitação, como pessoas a iniciarem outros empréstimos fora das suas possibilidades".
A diferença entre este país e os do sul da Europa, que também viram o mercado imobiliário a cair a partir de 2008 é que o rácio de dívida pública representa menos de metade da média da zona euro e que as contas públicas estão em ordem. Isto ajuda a manter o rating soberano do país em triplo A e a conter as taxas de juro exigidas pelos investidores em troca de financiamento.
dinheiro vivo