Vista pela última vez em 1955. Photo by Professor Heinrich Mendelssohn/Conservation International.
É considerado um “fóssil vivo”, sem parentes próximos entre outras espécies de sapos.
A rã-pintada-da-palestina ou rã-pintada-de-Hula (Discoglossus nigriventer), por habitar exclusivamente as margens pantanosas do lago Hula, fora declarada extinta em 1996, apesar do governo de Israel ter continuado a listá-la como “em perigo”. A drenagem daquele lago foi uma das causas do seu desaparecimento.
Descoberta para a ciência e descrita apenas no início dos anos 40, a rã teve agora uma nova oportunidade para ser estudada. Na revista «Nature Communications», uma equipa de cientistas israelitas, alemães e franceses faz uma análise aprofundada deste enigmático animal.
Com base nas análises genéticas realizadas nos indivíduos descobertos e no estudo morfológico a ossos e fósseis existentes, os investigadores concluíram que a rã difere fortemente de outros parentes vivos, como as rãs pintadas do norte de África.
A hula está antes relacionada a um género de rãs fósseis, Latonia, que foram encontradas em grande parte da Europa e que remontam a períodos pré-históricos, estando extintas há um milhão de anos. Assim, a hula não é apenas uma outra espécie rara de sapo. É, na verdade, a única representante de uma antiga clade de rãs (um grupo com um único ancestral comum).
Planos para encher novamente de água parte do Vale Hula e restaurar a habitat pantanoso original estão já a ser postos em prática, o que pode permitir a expansão da população destas rãs.
O espécime fêmea recentemente descoberto
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