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Revolução na TV por cabo e com preços mais baixos

A Universidade de Aveiro está a desenvolver com a PT Inovação uma solução que pode reduzir substancialmente os custos da televisão por cabo e levar serviços como o MEO a centenas ou milhares de quilómetros."Simples, eficaz e ideal para grandes países", o sistema desenvolvido pelo Instituto de Telecomunicações da Universidade de Aveiro e pela PT Inovação, no âmbito do projecto "Digital RF Overlay", permite a digitalização integral do espectro de radiofrequência usado pelos sistemas de distribuição de sinais de TV por cabo (CATV), a sua transmissão completamente digital sobre fibra ótica e a reconstrução do sinal, sem perdas na extremidade da rede junto ao cliente.
A solução "revolucionária" permite a transmissão do sinal de televisão a distâncias muito superiores, sem degradação da sua qualidade, o que perspectiva, num futuro próximo, uma melhoria significativa da relação qualidade/custo das redes de televisão por cabo, bem como levar a mais clientes, funcionalidades avançadas de interactividade, em Portugal já disponíveis no serviço MEO.
"O sistema que estamos a propor pega nos sinais analógicos, ou seja, nos sinais rádio que antigamente eram captados pelas antenas das casas e em que cada canal de televisão tinha uma frequência específica, digitaliza-os e, a partir daí, distribui-os, recupera-os, volta a criar um sinal de rádio e injecta-o no cabo", explica Nuno Borges Carvalho que assume, com Arnaldo Oliveira, a responsabilidade pelo projecto.
Para que o novo sistema funcione, explica por seu turno Arnaldo Oliveira, é necessária apenas a instalação de duas placas, uma em cada extremidade de uma rede de fibra ótica, usada para a difusão digital do sinal CATV.
"Os conteúdos são produzidos e depois são agregados numa estação para difusão. Nessa estação, onde se tratam os conteúdos como um todo, tem de existir uma placa que realiza a digitalização do sinal. Depois, nos vários pontos do país, já mais perto dos clientes, terá de existir uma outra placa que fará novamente a recuperação do sinal CATV original", descreve.
Depois de digitalizado o sinal, este pode ser enviado por fibra ótica para qualquer ponto do país ou mesmo do globo, "algo impensável com a tecnologia actual".
O sistema, que é compatível com qualquer tecnologia de difusão, analógica ou digital, já demonstrou em laboratório o seu potencial na distribuição CATV e está pronto para ser implementado em larga escala.
Actualmente, os sistemas de difusão de CATV, mesmo os baseados em fibra ótica que utilizam tecnologia Radio over Fiber, possuem limitações ao nível do comprimento máximo dos troços de rede, exigindo elevado número de estações ao longo da rede para captura, difusão e regeneração da qualidade do sinal.
Esse aspecto é responsável por uma parte substancial dos custos de instalação, operação e manutenção das redes actuais de TV cabo, enquanto o novo sistema de distribuição do sinal de TV, permite alargar a rede sem multiplicar as estações.
"Se para Portugal é uma vantagem importante, então para países maiores um sistema destes é uma mais-valia pois permite ter uma rede de maior dimensão com um custo inferior", conclui Arnaldo Oliveira.
Lusa/SOL

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