Diz que foi roubado, não sabe por quem e apresentou queixa na GNR. Tinha levantado o dinheiro do banco há um mês porque, diz, deixou de confiar nos banqueiros.
Falar do assunto ainda é difícil para aquele antigo motorista que reside na freguesia de Briteiros Santo Estêvão, Guimarães. O homem prefere não se identificar, com vergonha do sucedido e diz que já não tem esperança de reaver o dinheiro.
Contou, ao JN, que tinha dois frascos com notas na garagem, num buraco que tapou com terra e uma garrafa de gás. Ao lado do buraco tem alfaias agrícolas, a comida dos animais que cria e um pequeno galinheiro com pintos.
De vez em quando, ia ver se o dinheiro estava em condições, "se não ganhava humidade", explica, mas espantou-se quando percebeu que tinha desaparecido. "Nem queria acreditar. Eu fiz o buraco de propósito, com meio metro, para guardar o dinheiro e não contei a ninguém que estava ali", revela.
O reformado diz que num frasco tinha 20 notas de 500 euros e, no outro, várias notas de 100 e 50. No total, garante, tinha "entre 13 500 e 14 mil euros". Eram as suas poupanças , resultantes também da venda recente de um terreno.
Explica que não guardou o dinheiro em casa com medo de ser assaltado porque "é às casas que os ladrões vão normalmente". Além disso, estava convencido de que os ladrões não iam a uma garagem procurar dinheiro enterrado se não soubessem que ele lá estava.
Se fosse hoje, "deixava estar o dinheiro no banco", assume. "Tinha-o levantado aos poucos", depois de ter perdido a confiança nas instituições bancárias: "Os banqueiros roubam e nunca vão presos, depois quem o perde é o povo. Quando comecei a ver as notícias dos que perderam o dinheiro, tive medo e fui levantar o que era meu".
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