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RTP com receita misteriosa de meio milhão em 2012

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) não tem total conhecimento da gestão dos dinheiros públicos feita pelos serviços do Estado. Em causa está, por exemplo, uma receita de 628 milhões de euros recebida pela RTP, mas da qual apenas 119 milhões deram entrada na conta à ordem do Tesouro, revela hoje o Diário Económico. A televisão pública garante, porém, que “tem dado cumprimento” à obrigação de reportar as suas movimentações de tesouraria ao IGCP.

Um relatório do Tribunal de Contas (TC), publicado ontem (segunda-feira), conclui que, “treze anos após a aprovação do Regime de Tesouraria do Estado, a conta (…) ainda não revela integralmente a movimentação de fundos públicos pelos serviços da Administração Central”.

Como exemplo, a instituição liderada por Guilherme d’Oliveira Martins indica que “a RTP registou no SIGO [sistema de registo de informação orçamental] uma receita de 628 milhões de euros, quando na respectiva conta à ordem do Tesouro apenas deram entrada 119 milhões de euros”.

O TC conclui, por isso, cita o Diário Económico, que “o facto de as receitas registadas pela RTP excederem, mais de cinco vezes, o valor das entradas de fundos da respectiva conta à ordem no Tesouro (IGCP) mostra que, em 2012, a maior parte dos fundos dessa empresa foi movimentada fora da tesouraria do Estado”.

No entanto, fonte oficial da RTP assegura, ao Diário Económico, que a empresa tem “dado cumprimento ao princípio da unidade de tesouraria”. Confirmando que “efectivamente [a televisão pública] teve receitas de 628 milhões de euros”, a mesma fonte esclarece que “neste valor estão rubricas que no final de cada mês não ficam depositadas no IGCP, pois são utilizadas para pagamentos dos custos operacionais correntes”.

Saliente-se que, esta prática, de reporte da informação sobre as disponibilidades de tesouraria ao IGCP, foi aplicada com o intuito de optimizar os dinheiros públicos e reduzir as necessidades de financiamento externo da República. Neste sentido, destaca o Diário Económico, o TC recomendou que o ICGP passe a ser co-titular das contas que as instituições públicas têm na banca comercial.

Fonte: NM

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