A primeira prende-se com a própria longevidade dos motores. Atualmente, grande parte das unidades instaladas nos automóveis recorre a sistemas de injeção mais elaborados em que a eletrónica de gestão é mais avançada e competente, já bem diferente dos motores de carburador como os que eram prática corrente até meados da década de 1990.
Nestes, como os carburadores recorrem a uma mistura menos controlada entre gasolina e ar para providenciar a combustão (devido à ausência de sensores que controlem a quantidade de combustível para a mistura de combustão a frio), o aquecimento do motor com o carro parado logo ao dar à chave era algo corrente e com alguma validade.
Porém, nos veículos modernos, os cilindros e os pistões acabam por ser prejudicados pelo aquecimento antes de se começar a andar. A razão é simples: a mistura de ar e combustível que é possibilitada dentro do cilindro pelos pistões torna-se desequilibrada na medida em que os sensores dos veículos modernos ‘leem’ a temperatura ambiente e conseguem adicionar mais combustível à mistura, tornando-a mais rica na fase inicial da condução, até que o motor atinja a temperatura ideal – usualmente, nos 90º C.
Ora, quando o veículo está parado e no ralenti por um longo período de tempo (e é esta a principal questão), a mistura mais rica de combustível com o ar torna mais difícil que o mesmo evapore, acabando por ‘limpar’ o óleo lubrificante protetor dos cilindros, também ele mais evoluído e mais ‘fino’. Ou seja, a forma mais eficiente e correta de ‘aquecer’ um motor até ao seu registo térmico ideal é conduzindo-o para que mais depressa atinja a fase de mistura normal. Se vive no Norte do país ou em regiões de maior altitude, poderá ter de lidar com questões como gelo ou neve no para-brisas, pelo que convém limpá-lo previamente e não deixar o veículo estar mais do que 30 segundos ou um minuto parado.
Naturalmente, encetar uma condução acelerada logo desde o arranque também é contraproducente, pelo que o ideal é começar a conduzir de forma normal, evitando também os trajetos mais curtos, nos quais o motor não chega à temperatura ideal
Por outro lado, a segunda razão prende-se com a questão do consumo suplementar de combustível e pelas emissões que gera enquanto está parado.
IN:MOTOR 24