Imponente, personalizado, imperial, mandão. Portugal era favorito nas casas de apostas e não fugiu às responsabilidades. Entrou com a sua melhor versão, com um rosto positivo e de futebol bem rendilhado. Ivan Cavaleiro foi o que mais deu nas vistas no primeiro tempo, embora nem sempre pelo lado positivo. Em termos de desequilíbrio sim, foi o que mais arriscou no um para um e o que mais vezes conseguiu sucesso nesse parâmetro. Só que, quase sempre que era servido nas costas da defensiva contrária, era apanhado pela bandeirola do fora de jogo.
Portugal era melhor. A Suécia aceitou o favoritismo e os maiores argumentos lusos, por isso recuou no terreno e deu a iniciativa. Fechou os espaços e, mais importante que tudo, blindou Bernardo Silva, que não teve hipótese de fugir à apertada marcação. Depois, saiu em contra-ataque, embora quase nunca com sucesso.
Em suma, uma primeira parte onde Portugal mandou, onde esteve muito próximo do golo quando Sérgio Oliveira bateu o livre à trave, mas na qual o 0x0 acabava por se justificar. Taticamente, as duas equipas estavam a cumprir. Era, portanto, no balneário que a diferença poderia ser feita.
Meia distância e prolongamento
O banco trouxe o refresco necessário para os lusos. Quer Tozé, quer Iuri Medeiros aumentaram a produção ofensiva nacional, à qual só Guidetti ripostou logo no início. O estorilista com uma meia distância assinalável, a fazer tremer Carlgren. O arouquense com dinamismo.
Porém, continuava a haver uma pecha: a Bernardo Silva não davam o espaço necessário para o jogador do Monaco poder fazer a diferença. Claramente com a lição bem estudada, Håkan Ericson percebeu perfeitamente que não tinha os mesmos argumentos que o adversário, quer no onze, quer nos recursos no banco e primou por tentar anular os portugueses em geral, a sua grande estrela em particular.
Com Gonçalo Paciência, Rui Jorge procurou encontrar um caminho que já na fase de grupos estava difícil. só que, desta vez, a frescura portuguesa não era a mesma e a ansiedade sueca também não. O relógio foi ajudando os nórdicos a equilibrarem o desafio e o 4x3x3 luso, que não teve o mesmo efeito que antes. O prolongamento estava à porta.
Cansaço a mais
Portugal foi para o prolongamento visivelmente desgastado e, por isso, nunca conseguiu imprimir a intensidade necessária para ameaçar os suecos como o tinha feito antes.
Já os nórdicos até estavam mais folgados fisicamente, só que deram a sensação de nunca estarem preparados para assumir um jogo em ataque continuado, por isso também não souberam dominar da melhor forma quando houve hipótese disso. Ou seja, foram 30 minutos de sacrifício para os atletas e de sofrimento adiado para os adeptos.
Triste fado
Para as grandes penalidades, a Suécia começou a marcar e Portugal foi atrás. Ao terceiro, Esgaio falhou. José Sá ainda travou uma dos suecos e deu esperança, só que, na derradeira, William foi previsível e Carlgren agarrou o título.
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