A cidade suíça de Zurique vai inaugurar na segunda-feira o primeiro "drive-in" de sexo do país, para onde vai deslocar o comércio do sexo retirando-o do centro da cidade.
A decisão, inspirada numa iniciativa semelhante na Alemanha, apoiada pela larga maioria dos partidos locais e aprovada por 52,6% da população num referendo levado a cabo em Março de 2012, responde ao desejo das autoridades locais de alterarem a imagem da Sihlquai, uma rua famosa no centro de Zurique, onde as prostitutas oferecem os seus serviços.
O novo espaço oferece nove ‘sex boxes’ a prostitutas e respectivos clientes a partir de dia 26, numa antiga zona industrial na zona oeste da cidade.
"A prostituição é basicamente um negócio. Não a podemos proibir, portanto queremos controlá-la a favor das profissionais do sexo e da população", afirmou à AFP Michael Herzig, director municipal dos serviços sociais para trabalhadoras do sexo. "Porque, se não a controlarmos, o crime organizado e os proxenetas tomarão conta", acrescentou.
As autoridades locais reconhecem que não têm quaisquer garantias de que o novo local terá sucesso, mas não têm poupado esforços para convencer as prostitutas a visitarem o "drive-in", que apresenta espaços discretos, protegidos por vedações altas, e onde imperam regras claramente definidas. Os clientes devem ter mais de 18 anos, entram um por viatura, e estão instalados botões de alarme para prevenir eventuais violências ou atender a urgências.
Por detrás da vedação existe um percurso em círculo, onde os clientes escolhem e negoceiam os preços com a prostituta em que estiverem interessados.
Com a entrada em funcionamento deste local, as autoridades de Zurique passam a proibir a prostituição na Sihlquai, mas, num artigo hoje publicado no tablóide suíço ’20 Minuten’, várias prostitutas manifestam reservas em relação ao "drive-in", argumentando que um ambiente fortemente controlado pode intimidar os clientes.
O espaço custou aos cidadãos de Zurique 2,1 milhões de francos suíços (1,6 milhões de euros) e os custos de operação serão da ordem dos 700 mil francos ao ano.
A Alemanha começou por oferecer este tipo de espaços ao comércio do sexo em Dortmund, em 2007, ideia que se estendeu a Colónia, a cidade inspiradora de Zurique, e a Bona. Na Holanda, o negócio do sexo de "janela aberta" está instalado em cinco cidades, Itália tem vários "drive-ins" e na Bélgica, onde a prostituição é proibida mas tolerada, há planos para a construção de um "centro Eros", com mais de dois mil metros quadrados, apenas para pedestres, na cidade oriental de Seraing.
Fonte: NM